O Brasil não atuou bem, mas fez o necessário para deixar Pequim com mais uma vitória na bagagem por 2 a 0. Diante da limitada Zâmbia, a Seleção pecou nos erros de passe e de finalização, mas, na etapa final, encontrou a vitória com gols de Oscar e do cruzeirense Dedé no Ninho do Passáro. Felipão aproveitou o amistoso para fazer vários testes e observar jogadores que disputam posição para a disputal do Mundial de 2014.
O JOGO
O Brasil entrou em campo apenas com quatro jogadores do time considerado titular. Neymar, Daniel Alves, Paulinho e David Luiz davam sustentação a uma equipe repleta de suplentes. O zagueiro Dedé, do Cruzeiro, foi utilizado na defesa, testado por Felipão
Aos dois minutos, a Seleção já teve a sua primeira oportunidade de balançar as redes. Neymar bateu falta colocada e a bola explodiu no travessão do time africano. No rebote, o goleiro Mweene afastou o perigo e impediu Alexandre Pato de marcar o gol. Aos cinco, foi a vez de, em uma bela triangulação de Lucas, Ramires e Daniel Alvez, o lateral finalizou, de primeira, por cima do gol de Zâmbia.
A equipe africana sequer conseguia passar do meio de campo. A Seleção avançava as suas linhas e marcava por pressão a saída de bola do adversário, que, sem condições técnicas, errava muitos passes e cedia o contra-ataque à equipe canarinha. Alguns erros de passe, provavelmente em decorrência da falta de entrosamento, contudo, prejudicavam as ambições brasileiras, que não conseguia empurrar a bola pro fundo das redes.
Quando acertava, o que faltava era uma finalização mais caprichada. Ramires apareceu livre dentro da área, após passe milimétrico de Neymar, o volante tentou uma cavadinha, mas a bola passou à direita do gol de Mweene. O tempo passava e a bola teimava em não entrar. O Brasil era dominante, mas não conseguia transformar a posse de bola em gols. A Zâmbia, entretanto, também não conseguia incomodar e a zaga brasileira navegava em águas tranquilas no duelo. Diego Cavalieri era um espectador de luxo do duelo.
Mweene, por sua vez, tinha um pouco mais de trabalho. Mesmo assim, não fez nenhuma defesa impossível, com os chutes brasileiros não tendo direção ou no meio do gol. Até mesmo as chances de gols diminuíram. Lucas Moura era inefetivo e atuava apenas pela ponta direita, dando apenas opção de velocidade. Alexandre Pato também era figura nula, perdido no meio dos defensores africanos. Neymar era o jogador mais agudo, aparecendo em todos os cantos do campo e arriscando chutes ao gol.
ETAPA FINAL
Com Hulk, Oscar e Jô em campo, Felipão tentou dar mais consistência ao time brasileiro. Apesar disso, o Brasil seguia com problemas para abrir a defesa de Zâmbia. Aos nove, com uma falta cobrada por David Luiz, a Seleção levou perigo ao gol de Mweene, que espalmou a bola. No rebote, Maxwell foi displicente e desperdiçou boa chance. Aos 11, Neymar inverteu posições com Daniel Alves. O camisa 10 lançou o lateral, no meio da zaga africana, mas, desequilibrado, Alves chutou em cima de Mweene, que salvou o tento canarinho.
Aos 14, Oscar arrisca de fora da área, a bola desvia no zagueiro e encobre Mweene. Seleção Brasileira anota o seu primeiro gol sobre a Zâmbia: 1 a 0! O gol tirou um pouco pressão que já começava a cair nos ombros brasileiros. No minuto seguinte, Oscar, novamente, levou perigo. O meia, titular incontestável da equipe de Felipão, acertou a trave.
Aos 20, o Brasil amplia com um gol do cruzeirense Dedé. Neymar cobrou falta com precisão e o zagueiro testou no canto do goleiro Mweene: 2 a 0! O tento foi bastante celebrado pelo jogador, que disputa uma vaga na defesa brasileira para a disputa da Copa do Mundo de 2014. Com pouco trabalho na zaga, o fato de mostrar poder no ataque, além de força no jogo aéreo, pode ser um diferencial contra seus concorrentes.
Neymar, que atuava de forma consistente, ainda buscava o seu gol na partida. O Camisa 10, aos 30 minutos, fez linda jogada, driblando meio time de Zâmbia, mas finalizou em cima do defensor. O craque brasileiro aparentava estar com vontade de deixar a sua marca no amistoso. Aos 34, linda jogada brasileira, entre Bernard e Maxwell, o lateral cruzou para Oscar, que finalizou em cima do goleiro e perdeu ótima chance.
O placar por 2 a 0 retrata um domínio dos brasileiros, que perderam inúmeras chances. Mas, contra um adversário limitado, a atuação canarinha foi modesta e, em certos momentos, desinteressada no amistoso. Há que se ponderar que a falta de entrosamento entre aqueles que foram a campo teve o seu papel para o desempenho mediano da Seleção.