Depois de fim de semana triste, Sérgio Sette Câmara volta a acelerar na F-2 em Monza

Rodrigo Gini
05/09/2019 às 18:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:26
 (Dutch Photo Agency/divulgação)

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O risco existe no esporte motor, ainda que controlado. As fatalidades, felizmente, se tornaram raras, graças à preocupação crescente com a segurança de máquinas e circuitos. Mas o acidente fatal envolvendo o francês Anthoine Hubert na segunda volta da prova que abriria a etapa da Bélgica da F-2 trouxe novamente a sombra da preocupação para o esporte. E mostrou que os pilotos, por mais protegidos que estejam, não são invulneráveis como muitas vezes pensam. Nessas circunstâncias, a categoria volta a acelerar em outro traçado veloz – Monza, na Itália. Com várias homenagens ao francês e ao norte-americano de origem equatoriana Juan-Manuel Correa, que segue internado em um hospital na Grã-Bretanha, onde se recupera das cirurgias para corrigir fraturas nas pernas.

Nessas circunstâncias, o desafio é manter o foco nos objetivos. O do mineiro Sérgio Sette Câmara é o de se manter entre os três primeiros na classificação do campeonato, o que valerá a Superlicença. O documento qualifica para disputar o Mundial de Fórmula 1 como titular. Com o cancelamento das duas corridas em Spa-Francorchamps, mesmo os pontos normalmente distribuídos ao pole (no caso, o líder do campeonato Nyck de Vries, da equipe ART) não foram somados, o que mantém o cenário posterior à rodada dupla da Hungria.

Sette Câmara aparece com 141 pontos, 25 a menos do que o companheiro no time francês DAMS, Nicholas Latifi, e 55 atrás de De Vries. Além da rodada dupla na pista próxima a Milão, a categoria ainda visita Sochi, na Rússia, e Yas Marina, em Abu Dhabi, distribuindo 144 pontos. O italiano Luca Ghiotto (Uni Virtuosi), com 135 pontos, e o britânico Jack Aitken (Campos), com 134, são as principais ameaças à posição do piloto de Belo Horizonte.

O retrospecto do mineiro e sua atual equipe em Monza são motivo de otimismo para o fim de semana. Em 2017, ainda na temporada de estreia na categoria, com a modesta MP Motorsport, ele conquistou uma segunda posição na prova de domingo. Ano passado, pela Carlin, foi o mais rápido nos treinos livres, segundo na qualificação; sétimo na primeira corrida e terceiro na segunda. A novidade este ano será a escolha dos compostos de pneus – saem os supermacios, entram médios e macios. "Nossos testes no treino livre serão primordiais para compreender o nível de degradação e preparar os acertos para a tomada de tempos e as corridas. Nosso carro já se mostrou muito rápido e, principalmente, com um excelente ritmo nas provas”, destacou.

Sobre a perda de Hubert, que fazia seu primeiro ano na F-2, havia vencido corridas na França e em Mônaco e era um dos mais queridos do grid, Sette Câmara procurou resumir a fatalidade: "Quando entramos em nossos carros nos sentimos em verdadeiras armaduras. Ao ver um concorrente falecer na pista, que a todo fim de semana estava ali ao meu lado, o sentimento de tristeza e impotência é extremamente grande”.

Circunstâncias

Hubert acabou sendo vítima de um conjunto de circunstâncias que dificilmente se repetem num mesmo momento. Tudo começou quando, na subida da veloz Eau Rouge, Giuliano Alesi, filho de Jean, perdeu o controle de seu carro com um pneu furado. Num ponto de velocidade superior aos 260 quilômetros por hora, o problema provocou um efeito-dominó: Ralph Boschung, companheiro de Alesi, procurou desviar a trajetória e Hubert, para não bater, freou repentinamente e rodou para a mureta da curva Raidillon. Seu carro desceu o suficiente para, fora dos limites da pista, ser atingido em cheio pelo de Correa – o choque em 'T', quando a dianteira de um carro pega a lateral do outro na altura do piloto, é considerado o mais perigoso. Depois de destruir o cockpit do Dallara do francês, a máquina do norte-americano ainda capotou.

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