(Sylvio Coutinho/Divulgação)
A decisão do Atlético de jogar apenas no Independência, pois possui um acordo comercial com a BWA, administradora do estádio, e do Cruzeiro, de colocar sua equipe em campo só no Mineirão, o que ficou decidido depois de o clube assinar um contrato com o consórcio Minas Arena, gestor do Gigante da Pampulha, dificulta a comercialização de camarotes nas duas arenas.
O problema é que as empresas utilizam os espaços para ações promocionais com clientes. Como Belo Horizonte é uma cidade dividida entre duas paixões, apostar apenas em um estádio significa operar apenas com metade da capital mineira.
As duas administradoras, procuradas desde o início da semana pela reportagem do Hoje em Dia, evitam claramente falar do assunto. Mas o problema é real e afeta diretamente a venda dos espaços mais nobres dos dois estádios de Belo Horizonte.
Os valores das negociações de camarotes provam que a divisão de Atlético e Cruzeiro, com cada um jogando num estádio, tem dificultado a vida das concessionárias.
O diretor comercial de uma empresa revelou ao Hoje em Dia que no ano passado iniciou as negociações de compra de um camarote com a BWA.
O Independência recebia os jogos de Atlético, Cruzeiro e América e a concessionária pediu cerca de R$ 600 mil pelo espaço.
Este ano, a mesma empresa já garantiu seu lugar no Mineirão, onde os camarotes são bem superiores aos do Independência e mais confortáveis, por R$ 280 mil.
A negociação dos camarotes do Mineirão acabam ditando a regra do mercado. Em se tratando de uma empresa neutra, que não tem ligação com um dos clubes, que tem o interesse de usar o espaço como local de promoção, dificilmente se pagará valores diferentes nas duas arenas, garante o executivo, que negocia com a BWA.
Um outro aspecto que precisa ser considerado no negócio é a disparidade entre os dois estádios. O Mineirão tem 93 camarotes para negociação. O Independência conta com 18, sendo que no ano passado vendeu apenas um, para uma cervejaria.