Diretores, segurança, massagista, roupeiro: as vítimas 'invisíveis' da tragédia da Chapecoense

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
29/11/2016 às 22:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:52

O avião da Chapecoense caiu e levou 71 vidas. Os jogadores de futebol serão eternizados no Brasil como símbolos da busca pelo sonho de ser campeões da Sul-Americana. Mas os destroços do voo LaMia 2933, que decolou da Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até Medellín, na Colômbia, também dizimou outras vidas menos conhecidas e que serão menos lembradas no decorrer do tempo.

O clube era a maior expressão de identidade da cidade de Chapecó, em Santa Catarina. Um acidente que tirou a vida de integrantes da comissão técnica encabeçada por Caio Junior e de diretores comandados pelo presidente Sandro Pallaoro. Entre os corpos recolhidos no resgate colombiano, estavam Giba, Chinho, Jandir, Serginho, Bafo, Maurinho, Cadu, Luiz e Cezinha. Anônimos. Mas que carregavam um sonho que somente quem usava chuteiras poderia concretizar. O sonho adiado pelo fragilidade da vida.

Sandro Pallaoro
​Presidente da Chapecoense desde 2011. Estava no terceiro mandato (que dura dois anos) a frente do clube catarinense. Responsável direto pelo surgimento da equipe a nível nacional. Tentaria o maior feito de um clube catarinense na história. Era dono da Pallaoro Distribuidora de Frutas e foi eleito "Empresário do Ano 2015" na cidade. Nasceu em Pato Branco, Paraná e chegou a ocupar a vaga de diretor de futebol da equipe antes de atingir o posto máximo.

Eduardo Filho
Primo de Caio Junior, Eduardo Filho era conhecido no futebol com Duca. Virou fiel escudeiro do treinador da Chapecoense. Chegou a jogar futebol profissionalmente, com passagem pelas seleções de base. Jogou no Flamengo, no Paraná, no Joinville e no Coritiba antes de trocar as chuteiras pela prancheta.

Anderson Paixão
Filho de Paulo Paixão (preparador físico de renome, com Copas do Mundo), Andersou seguiu a carreira do pai e virou preparador físico de futebol. Integrante da comissão técnica da Chapecoense desde 2011, também trabalhava na Seleção Brasileira de Tite como preparador físico assistente. 

Anderson Martins
Na Chapecoense desde 2008, Anderson "Boião" era o responsável por preparar a posição mais marcante da história do clube: a de goleiros. Era o treinador de Danilo, herói do clube, e também de Nivaldo, que, aos 42 anos, permanece na Chapecoense e participou de todos os acessos da equipe desde 2009.

Marcio Koury
Natural do Acré, foi professor de física e cursou medicina na Universidade Federal do Estado natal. Mudou-se para Chapecó para exercer a profissão de médico especializado na medicina esportiva. Virou médico da Chapecoense em 2011.

Rafael Gobbato
Gaúcho de Porto Alegre, Gobbato era fisioterapeuta da Chapecoense. Trabalhou anteriormente no Grêmio até se tornar membro da comissão médica da equipe catarinense. Faleceu aos 33 anos. Foi professor do Centro Universitário Franciscano (Unifra) e chegou a ocupar a cadeira de vice-presidente do Riograndense Futebol Clube, de Santa Maria (RS).

Luiz Cezar Martins Cunha
Conhecido como Cezinha, era fisiologista da Chapecoense. Trabalhou por muito tempo no Grêmio e chegou a ser especulado no Atlético para integrar a comissão técnica de Celso Roth, no fim de 2009.

Luiz Grohs
Luiz Felipe Grohs, mais conhecido como Pipe, era analista de desempenho da Chapecoense. Pertencia à comissão do técnico Caio Junior. Trabalhou com o treinador no Mundo Árabe (Al Shabab, ex-time de Jô) e era responsável por fazer análise dos jogadores e esquemas táticos dos adversários.

Sérgio de Jesus
Com mais de 10 anos de serviços prestados pelo clube, Serginho era massagista da equipe principal. Foi envolvido como vítima em uma acusação de injúria racial neste ano, durante o Campeonato Catarinense.

Anderson Donizette
Anderson, conhecido como Cocada, era o roupeiro da Chapecoense. Com família no interior paulista, chegou a trabalhar no São Carlos FC e no extinto Votoraty, de Votorantim.

Andriano Bitencourt
Era o segurança da Chapecoense. Bastante conhecido no futebol do Sul, o Bafão ocupou a mesma função no futebol de Caxias do Sul, na dupla Juventude e Caxias. Se mudou para Chapecó em 2014, vindo de uma passagem pelo Criciúma.

Cleberson Fernando da Silva
Trabalhava como assessor de imprensa da Chapecoense, responsável pelas principais fotos do elenco nos treinos e jogos da equipe.

Emersson Domenico
Conhecido como Chinho di Domenico, Emersson era uma figura história da Chapecoense. Natural de Chapecó e torcedor de infância do clube, era supervisor. Mas já foi atleta das categorias de base do Verdão do Oeste. Não deu certo e virou preparador físico. Após alguns anos, foi promovido a supervisor técnico do elenco profissional. 

Eduardo Luiz Preuss
Eduardo, conhecio como Cadu Gaúcho, foi jogador da Chapecoense entre 2008 e 2010, quando se aposentou precocemente com uma lesão no quadril. Largou os campos e foi trabalhar como diretor de futebol da equipe.

Mauro Stumpf
Vice-presidente de futebol do clube, nasceu no Paraná e era empresário de empresas voltadas para importação.

Nilson Folle Jr.
Ocupava o cargo de Diretor Financeiro da Chapecoense. Era administrador de empresas em Chapecó, trabalhava no ramo de transporte frigorífico. 

Decio Burtet Filho
Diretor Administrativo da Chapecoense. Gaúcho, chegou em Chapecó em 1994 para trabalhar no ramo bancário. Posteriormente, virou empresário de calçados e montou uma empresa de assessoria financeira quando chegou à Chapecoense em 2009, na guinada que deixaria o clube em evidência nacional. 

Jandir Bordignon
Era o diretor de futebol da Chapecoense antes de Cadu Gaúcho. Atualmente, ocupava o cargo de Vice-Presidente de Marketing e Patrimônio do clube. Era o homem de confiança do presidente Sandro Pallaoro.

Mauro Dall Bello
3º Vice-Presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense

Edir Félix de Marco
Presidente do Conselho Consultivo da Chapecoense. Chegou a ocupar o cargo máximo da entidade, a de presidente, em 2007, ano em que a equipe foi campeã estadual pela terceira das cinco vezes até 2016.

Dávi Barela Dávi
Empresário do ramo imobiliário de Chapecó. Começou em 1980 na construção civil da cidade catarinense. Era um ferrenho torcedor da Chapecoense e sua empresa, Nostra Casa, foi patrocinadora do clube por anos.

Ricardo Phillipi Porto
Secretário do Conselho Deliberativo da Chapecoense. Trabalhava como advogado em Chapecó e era conselheiro estadual da OAB/SC.

Gilberto Pace Thomaz
Assessor de imprensa da Chapecoense. Gilberto era um torcedor comum da equipe, viajou para Belo Horizonte em 2010 de caravana para acompanhar o Índio Condá enfrentar o Atlético pela Copa do Brasil. Achou que aquela viagem seria histórica e não pôde perdê-la. Se formou em jornalismo e virou espião do clube até ser convidado para integrar o quadro de funcionários.

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