Disputa pela artilharia é atração à parte na reta final da Copa América

Rodrigo Gini
05/07/2019 às 09:48.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:24
 (Lucas Figueiredo/CBF)

(Lucas Figueiredo/CBF)

“Vinte e dois homens e um objetivo”. Fosse um filme, e esse poderia ser o título da história da final da Copa América, entre Brasil e Peru, domingo, às 17h, no Maracanã. Para oito dos protagonistas dos dois jogos restantes, no entanto, (sábado Chile e Argentina duelam pelo terceiro lugar), há algo mais em jogo do que troféus e medalhas. Numa edição marcada pelo fraco desempenho ofensivo dos times e por vários placares baixos, especialmente na primeira fase, nenhum jogador se destacou no quesito artilharia. E nada menos que 13 puxam a fila, tendo balançado as redes duas vezes cada um. 

Com personagens como Guerrero, Vargas, Aléxis Sánchez e Lautaro Martinez em ação, é de se esperar que ao menos um deles se isole e faça a competição terminar com um número mais digno para seu chuteira de ouro. Afinal, em um século de disputa, jamais o artilheiro terminou a disputa com menos de três gols. E os brasileiros que também estão entre os 13 (ou mesmo quem já deixou um e poderia marcar dois ou mais no Maracanã) defendem uma primazia histórica.

Com exceção da edição de 1922, todas sediadas no país (e que acabaram vencidas pela Seleção Canarinho) tiveram um campeão artilheiro – o mais recente deles Bebeto, há 30 anos. Além disso, as três conquistas brasileiras mais recentes trouxeram, ‘de brinde’, a artilharia a tiracolo. 

Em 2007, foi a vez do ex-atleticano Robinho comandar a lista dos goleadores, com sete tentos. Três anos antes, Adria no Imperador marcou sete, dois deles numa final emocionante com a Argentina que levaram a definição para os pênaltis. Na edição de 1999, Rivaldo e Ronaldo (cinco cada) deram uma prévia do que viria no Mundial de três anos depois (Coreia do Sul/Japão). 

Mais do que pelo nível técnico ou pela força das defesas, o empate sem precedentes pode ser explicado com as mudanças no sistema de jogo de várias seleções, que aboliram a figura do centro-avante tradicional, o camisa 9 ‘raiz’. Caso da Seleção Brasileira, em que Gabriel Jesus e Roberto Firmino dividem a função – o mesmo acontece com a Argentina de Lionel Scaloni, que aposta no trio Messi, Agüero e Lautaro Martínez (que ocupou a vaga de Di Maria). 

Um dos fortes candidatos à artilharia e atacante ‘à moda antiga’, o uruguaio Luis Suárez até marcou duas vezes (assim como o companheiro Cavani), mas o bom futebol uruguaio parou na armadilha chilena pelas quartas de final. Luisito, aliás, perdeu o pênalti que determinou a classificação da Roja.

DESTAQUE
Quem segue na disputa e vem se consagrando como um dos principais nomes do torneio é o mais que conhecido dos brasileiros Paolo Guerrero. O jogador do Internacional (ex-Flamengo e Corinthians) se mostrou decisivo para a classificação peruana a uma final depois de 44 anos, não só pelos gols, mas pelo trabalho que dá à marcação dos rivais.

E se o discurso do destaque da Albiroja é de que a ‘prioridade é o sucesso do time’, Guerrero tem feito história nos gramados verde e amarelos. Com o gol diante do Chile, na Arena do Grêmio, se isolou como o maior goleador da Copa América em atividade (13 tentos, superando Vargas, que parou nos 12). 

Mais um e o peruano se isola como terceiro artilheiro da história da competição, deixando para trás jogadores como Batistuta e Ademir Menezes, o Queixada.Editoria de Arte

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