O rompimento entre clubes na Liga Sul-Minas-Rio, antes mesmo que a primeira competição organizada pela entidade fosse disputada, caminha para enterrar, em pouco mais de uma década, a terceira tentativa de uma nova estrutura para o futebol brasileiro.
Apesar de toda a crise ética pela qual passa, com os seus três últimos presidentes – Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero – envolvidos no escândalo de corrupção da Fifa, a CBF caminha para vencer mais uma batalha contra os clubes no seu objetivo principal de preservar as federações estaduais, que são a base do colégio eleitoral da entidade.
Primeiro golpe
Em 2002, a terceira edição dos torneios regionais , entre eles a Copa Sul-Minas, que foi administrada por uma liga formada pelos clubes e um sucesso de público e receita, usou 19 datas, comprometendo os campeonatos estaduais, que foram disputados sem os chamados “times grandes”, que depois jogaram um supercampeonato.
O Torneio Rio-São Paulo não foi rentável, mas a Sul-Minas e Copa do Nordeste deram bom retorno. No entanto, morreram em 2003.
Por pressão política principalmente da CBF, que teve o apoio da emissora detentora dos direitos de televisão, vários clubes, de forma curiosa, foram desistindo da disputa, apesar de ela ser mais rentável que os Estaduais, que voltaram com força.
Segundo golpe
Em 2011, mais um avanço do futebol brasileiro, no que se refere à autonomia dos clubes, foi barrado com a participação direta da CBF, mas atendendo também aos interesses da emissora detentora dos direitos de TV do Brasileirão.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) promoveu uma mudança que daria mais liberdade na negociação dos direitos de televisão.
Para impedir que isso acontecesse, a CBF, contando com Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians, como seu maior aliado, promoveu a implosão do Clube dos 13, que era a entidade responsável pela negociação com a televisão. Isso abriu caminho para os contratos individuais, com a disparidade nos valores recebidos.