Do Barreiro à Polônia, com escala em Galo e Flamengo: atacante realiza sonho na Europa

Henrique André
@ohenriqueandre
05/06/2020 às 11:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:41
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Criado no bairro Milionários, na Região do Barreiro, o atacante Vinícius Ferreira cresceu admirando a réplica do Cristo Redentor e, com aquela imagem fixa na cabeça, foi em busca do sonho de abraçar o mundo com o talento de jogar futebol. Artilheiro do Comercial, time em que o meia Bernard também deu os primeiros passos antes do estrelato, hoje ele é uma das principais peças do Cracóvia, equipe da primeira divisão polonesa.

Fominha pelo esporte desde os quatro anos de idade, Vinícius sempre se diferenciou dos outros garotos. Aos 11, fez teste no Atlético, mas acabou não ficando. Além de o clube não ter a sua categoria na época, o desgastante deslocamento diário até Vespasiano, sempre com ajuda do pai, o fizeram dar passo atrás no sonho, mesmo com a promessa de que, no ano seguinte, poderia retornar ao CT.

"Meu pai sempre me apoiou. Ficamos dois meses indo e voltando para Vespasiano. Ficou cansativo, pois ele tinha que trabalhar. Depois disso, comecei a fazer um trabalho com um personal trainer na Pampulha. Ele me levava de moto. Não me esqueço daqueles corredores de caminhões (no Anel Rodoviário).

Aos 15 anos, veio a oportunidade de morar no Rio de Janeiro e vestir a camisa do Flamengo. Lá, inclusive, foi campeão nas categorias Sub-15 e Sub-16. Morando no "Ninho do Urubu", a saudade de casa bateu mais forte. Sair do rubronegro e retornar à BH, hoje, é visto como "decisão precipitada".

"Joguei com vários caras que estouraram no futebol, como Vinícius Jr., Paquetá e Vizeu. Eu dormia naqueles containers que pegaram fogo. Fiquei triste com aquilo, porque remeteu ao meu passado. Passei um bom tempo ali", lembra Ferreira.Portal da Base/Divulgação 

Novos rumos

Numa das idas e vindas, Vinícius encontrou com o atacante Fred no aeroporto. Após a conversa com o consagrado jogador, atualmente do Fluminense, ele teve gás a mais para seguir batalhando em busca dos sonhos.

Fui convidado pelo Elmo Molica para jogar no Sub-20 do Betinense. Ele era diretor lá na época. Fiquei uns dois meses, mas me destaquei bastante. O treinador do Cracóvia, que estava fazendo intercâmbio no Brasil, me viu jogando e me convidou para fazer um teste na Polônia.

"Eu nunca tinha saído do país. Fui aprovado na primeira semana e voltei pra BH apenas para organizar minha mudança", conta o atacante de 21 anos.Arquivo Pessoal 

Videogame

Além da oportunidade de vestir a camisa de um clube da primeira divisão europeia, no qual assinou o primeiro contrato profissional, o belo-horizontino tem um "marco virtual" como símbolo desta conquista. O rosto, antes montado por ele mesmo ao jogar videogame, hoje está no maior game de futebol do planeta. 

"Estou no Fifa. Antes, eu fazia meu bonequinho, montava meu cabelo e meu rosto. Agora estou lá e meus amigos e outras pessoas podem 'jogar comigo', comemora Vinícius.

Contudo, ele não quer parar por aí. Sonhador, quer seguir com os pés no chão (e na bola) para alçar voos maiores no tão cobiçado e disputado mundo da bola.

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