Efeito Telê: treinador tem relação direta com novo olhar brasileiro sobre a Libertadores

Alexandre Simões
04/03/2019 às 18:46.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:49
 (Divulgação)

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O futebol brasileiro inicia nesta terça-feira (5) mais uma caminhada na fase de grupos da Copa Libertadores, competição que se tornou objeto do desejo de nossos clubes graças a importância dada a ela por um dos maiores nomes da história do esporte em Minas Gerais: Telê Santana.

Conquistar a América é o objetivo principal em 2019 de Athlético-PR, Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras. São eles os representantes brasileiros na competição e os clubes que têm vivo o sonho de faturar os cerca de R$ 75 milhões de prêmios pagos pela Conmebol, sem contar renda dos jogos como mandante e os 25% a que o campeão terá direito da arrecadação da final única, em Santiago, no Chile, Há ainda a cobiçada vaga no Mundial de Clubes da Fifa.

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Muito antes de todo esse dinheiro, a Libertadores já tinha ganhado outro patamar no Brasil no início dos anos 1990. Isso não significa suas desvalorização pelos nossos clubes até 1991, mas o bicampeonato do São Paulo de Telê Santana, em 1992 e 1993, que veio acompanhado pelo bi Mundial, mudou o olhar verde e amarelo sobre o torneio que era marcado pelo domínio argentino e uruguaio.

NÚMEROS

O número de títulos do futebol brasileiro em cada uma das duas “eras” da Copa Libertadores, que neste caso tem uma divisão entre antes e depois de Telê Santana comandando o São Paulo, evidencia a importância que os nossos clubes passaram a dar à competição a partir do projeto vencedor do tricolor do Morumbi de conquistar a América no início dos anos 1990.

E a comparação é impressionante. Entre 1960, quando começou a ser disputada a Libertadores, e 1991, foram 32 edições com cinco títulos brasileiros, conquistados por quatro clubes (Santos, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio).

A partir de 1992, são 27 edições e 13 taças levantadas por nove clubes (São Paulo [3], Grêmio [2], Cruzeiro, Vasco, Palmeiras, Internacional [2], Santos, Corinthians e Atlético).

INTERESSE

Além dos números, há um fato que comprova não o desinteresse dos brasileiros pela Libertadores antes de 1992, mas sim o novo olhar sobre ela.

Em três edições da década de 1960, o futebol brasileiro abriu mão de participar da competição por questões de calendário ou por represália à violência que era comum nos jogos no exterior.

Isso aconteceu em 1966, 1969 e 1970, sendo que nesta última edição, como vice-campeão brasileiro do ano anterior, o Cruzeiro foi uma dessas equipes. Na Taça de Prata de 1969, o título ficou com o Palmeiras pelo melhor saldo de gols.

HEGEMONIA

Quando se divide a Libertadores em antes e depois de 1992, há ainda outro número que comprova como a competição passou a ser uma prioridade brasileira.

Entre 1960 e 1991, o Brasil venceu uma em cada seis edições disputada. Isso o coloca no terceiro lugar do ranking de títulos por país, com três vezes menos taças que a Argentina e atrás também do Uruguai, que teve oito conquistas.

Neste período, só o Independiente, com sete títulos, venceu a Libertadores mais vezes que todos os clubes brasileiros juntos.

A partir de 1992, a ponta no ranking de países é do Brasil, com 13 títulos em 27 edições, três a mais que a Argentina.

Nesta terça-feira começa mais uma batalha pela Copa Libertadores da América. E a única certeza é que fazer a festa em Santiago, na primeira final em jogo único, em 23 de novembro, é o objetivo maior nessa temporada dos torcedores de Athlético-PR, Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras.

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