
O torcedor cruzeirense viveu há exatos 20 dias o que parecia ser o maior presente de Natal que poderia receber em um 2020 marcado pelo fracasso do seu time dentro de campo. A goleada por 4 a 1 sobre o Brasil-RS, em 5 de dezembro, no Mineirão, pela 26ª rodada da Série B, fechada com um golaço de Rafael Sóbis, do meio-campo, parecia a senha de que as coisas tinham mudado para o lado da Raposa. Isso porque aconteceu logo depois de uma vitória por 2 a 1 sobre o vice-líder América, no Independência, três dias antes.
Era mais um engano de uma gente que parece ter se acostumado a ser enganada, seja no futebol ou na política do clube. Desde então, a equipe de Luiz Felipe Scolari, que tinha deixado a zona de rebaixamento e passava a ter a briga pelo acesso à Série A como a mais possível na Segundona, perdeu força e viu o aproveitamento despencar.

Rafael Sóbis fechou a goleada sobre o Brasil-RS, no Mineirão, com um golaço, do meio-campo. Resultado de 4 a 1 empolgou a torcida, mas depois o time de Felipão perdeu força
O jogo seguinte à goleada sobre o Brasil-RS foi três dias depois, em Maceió, contra um CRB que despenca na tabela. Apesar da fragilidade do adversário, que hoje é 14º colocado e se preocupa é com zona de rebaixamento, o Cruzeiro não conseguiu sair do 0 a 0.
Mais três dias, e o 1 a 0 sobre o Vitória, com um gol de cabeça de Ramon após cobrança de escanteio, em Salvador, trouxe de novo a esperança, apesar de mais uma atuação sem inspiração da equipe.
As últimas três partidas fizeram o acesso do Cruzeiro virar uma missão praticamente impossível. O que mais impressionou é que os times à sua frente tropeçaram demais nas últimas rodadas, mas os comandados de Felipão não conseguiram aproveitar. E empataram com CSA e Avaí e perderam para a Ponte Preta, de virada, na última terça-feira (22), em Campinas.
Matemática
Com os 4 a 1 sobre o Brasil-RS, o Cruzeiro chegou ao décimo jogo sob o comando de Scolari, com 70% de aproveitamento, fruto de seis vitórias, três empates e apenas uma derrota. Depois, o time entrou em campo cinco vezes, e o aproveitamento caiu para 40%, com apenas seis pontos conquistados nos últimos 15 disputados.
Tivesse conseguido manter seu aproveitamento próximo aos 70%, o Cruzeiro teria, na pior das hipóteses, quatro pontos a mais na classificação. E a distãncia para o G-4 seria de cinco, pouco mais da metade dos nove atuais.
As chances de acesso, que chegaram aos 10%, caíram para 1,3%, segundo os cálculos do site Probabilidades no Futebol, mantido pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
E o cruzeirense, que carregava a esperança de ver seu time próximo do G-4 no Natal, ganhou foi um presente de grego, pois o ano do centenário, que começa em uma semana, tem 98,7% de chances de ser vivido com o clube na Série B do Campeonato Brasileiro.