Em boa fase e na seleção, Jonas trocou a farmácia pelos gols no passado

Estadão Conteúdo
23/03/2016 às 10:06.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:36
 (Rafael Ribeiro/CBF)

(Rafael Ribeiro/CBF)

Por muito pouco, o maior artilheiro do futebol europeu poderia estar neste momento atrás do balcão de uma farmácia ou em algum laboratório, bem distante de um campo de futebol. Esse é Jonas, convocado para a seleção brasileira, líder na disputa pela Chuteira de Ouro da Europa e com uma história bem curiosa. Ao contrário de boa parte dos jogadores, ele não tem uma trajetória triste e de grandes dificuldades na vida, mas sim de um roteiro de um filme, em que prevalece a insistência.

Ídolo do Benfica e um dos personagens preferidos da imprensa portuguesa na atualidade, Jonas volta para a seleção brasileira buscando espaço, embora tenha 31 anos. No último domingo, fez o gol da vitória de sua equipe sobre o Boavista e chegou a marca de 29 gols em campeonatos nacionais na temporada, empatado na disputa pela Chuteira de Ouro com Gonzalo Higuaín, do Napoli. Cristiano Ronaldo (28), Luis Suárez (26) e Robert Lewandowski (25) aparecem logo em seguida. Messi é apenas o sexto (22).

O jogador que já foi chamado de "o pior atacante do mundo" pelo jornal espanhol Mundo Deportivo hoje é exemplo para quem chega ao clube. "Jonas é um jogador que se desmarca bem, tem experiência e com quem eu vou aprender muita coisa", disse Raúl Jiménez, reforço mexicano contratado nesta temporada.

Hoje, Jonas é um dos jogadores mais comentados na Europa, desta vez, de forma positiva. Ele passou a maior parte da carreira tendo de se superar e sendo alvo da torcida do clube em que atuava. Mesmo assim, teve oito convocações e marcou dois gols, ambos em um amistoso contra o Egito. Até chegar a ser referência na Europa, Jonas passou por maus bocados.

Nascido em Bebedouro, por não ter maternidade em Taiúva, onde vivia sua família, o garoto de classe média jogava futebol com os amigos nas fazendas de café da região, sem saber se seria jogador ou farmacêutico.

Aos 13 anos, passou em teste no Guarani, mas não quis mudar para Campinas, pois teria que ficar longe da família (Taiúva fica 300 km distante de Campinas). Então, passou a ajudar o irmão, Diego, dono de uma farmácia, mas claramente não gostava do trabalho. O curioso é que Jonas chegou a entrar na faculdade de Farmácia. Mas, pressionado pela família, trancou o curso e, finalmente, resolveu sair de casa para jogar futebol.

Com 19 anos, iniciou a carreira no Guarani e o sucesso no interior fez o Santos apostar nele. No time alvinegro, sofreu uma grave lesão no joelho e ficou seis meses parado, após poucos jogos. Quando voltou, não convenceu.

Foi para o Grêmio e em menos de um ano acabou sendo emprestado para a Portuguesa. De graça. No início de 2009, já de volta ao time gaúcho, se tornou notícia mundial ao perder chances inacreditáveis de marcar contra o Boyacá Chicó, na Colômbia, pela Libertadores. Foi então que o jornal espanhol o chamou de "pior atacante do mundo".

No início de 2011 foi negociado com o Valencia por apenas R$ 2,8 milhões. Novamente, o retorno não foi o esperado. Até que surgiu o Benfica na frente do jogador e, finalmente, após muitas tentativas, o sucesso chegou. Hoje, o "pior atacante do mundo" é ídolo de uma torcida fanática e um dos atacantes em melhor fase no mundo na atualidade. Valeu a insistência.
http://www.estadao.com.br

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