Em desabafo, Laís Souza rejeita rótulos e cobra mais respeito

Estadão Conteúdo
25/03/2015 às 17:21.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:22
 (MARCOS DE PAULA )

(MARCOS DE PAULA )

Insatisfeita com a exposição de sua imagem, Laís Souza resolveu desabafar. A ex-ginasta de 26 anos, que sofreu grave acidente em treino de esqui na neve em Salt Lake City, quando se preparava para os Jogos Olímpicos de Inverno, e ficou paraplégica, pediu um pouco de respeito e clamou para ser tratada como uma pessoa comum.

Em entrevista à revista Glamour, Laís se disse cansada dos rótulos. Desde o acidente, até semanas atrás, quando assumiu que era homossexual, ela vem sofrendo com as notícias a seu respeito e pediu um basta.

"Desde que sofri o acidente, ganhei muitos rótulos. Primeiro, era a atleta acidentada. Depois, a atleta paraplégica. Agora, sou a atleta gay. Eu sou 'só' a Laís Souza", desabafou. "Por que minha opção sexual tem de ser manchete? Quebrei o pescoço, poxa! A gente precisa de manchetes para isso, para que cada vez existam mais pesquisas que me tirem da porcaria dessa cadeira", cobrou.

Sempre mostrando-se esperançosa em voltar a andar, ela quer ser mais questionada sobre sua recuperação e sobre sua saúde. E pede para que as pessoas deixem de lado sua vida sexual. "As pessoas acham que o que mais mudou na minha vida foi o sexo. Gente, nem de longe essa é a questão. Sou bissexual e todo mundo sempre soube disso em casa, mas as pessoas em geral só souberam agora, porque acabei deixando escapar numa entrevista", afirmou.

"O que tem demais eu já ter namorado homens e mulheres? Como disse, quando sofri o acidente, estava começando um relacionamento com uma mulher, só que o namoro acabou já no início da recuperação. Preciso focar em melhorar", declarou.

Laís fraturou o pescoço e a terceira vértebra e está numa cadeira de rodas. Está em tratamento há mais de um ano e garante que voltará a andar, contrariando os médicos. É em sua recuperação e força de vontade que ela espera que todos se lembrem daqui para frente. "Hoje estou solteira, mas o sexo é normal: posso beijar, transar e amar da mesma forma. Acontece que esse assunto me chateia".

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