Em live, Sette Câmara fala em férias coletivas e busca por soluções para 'salvar' ano do Atlético

Henrique André
@ohenriqueandre
23/03/2020 às 17:08.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:03
 (Reprodução/Youtube)

(Reprodução/Youtube)

Se a bola parou de rolar devido à pademia do novo coronavírus, a resenha entre atletas e dirigentes prossegue pelas redes sociais. Buscando interagir com os torcedores, o Atlético inovou e, a partir desta segunda-feira (23), inicia uma série de bate papos em seu canal no YouTube, com o lema #GaloEmCasa. Para abrir, nada melhor que Sette Câmara e Lásaro Cunha, presidente e vice do alvinegro, respectivamente.

"O Lásaro todo dia me liga reclamando do tédio e da saudade do Atlético. Estamos ficando o dia inteiro em casa, vendo notícias do coronavírus e procurando o que fazer. Esse tipo de programação pode dar mais um pouco mais de alegria a todos nós que gostamos de falar do Galo. A ideia é que sejam lives mais informais", disse Sette Câmara.

Neste período de reclusão, o mandatário do Galo usa o tempo para curtir a família, mas sem deixar as preocupações profisisonais de lado. O "boteco virtual" com os amigos, uma vez por semana, e a função de ajudar nos afazeres domésticos passaram a ser parte da rotina. 

"A gente fica recluso e com saudade das conversas, dos bate papos. Eu, como atleticano, fico lá vendo se tem alguma coisa na TV Galo. Temos essa necessidade. O presidente participa da Comissão Nacional de Clubes, representada por cinco, que está preocupada com tudo isso que está acontecendo", abriu sua participação Lásaro Cândido, que rechaça ser um bom cozinheiro, para a decepção da esposa Fernanda.

Veja alguns temas:

Paralisação do futebol no Brasil

Sérgio Sette Câmara: "Temos duas crises que são óbvias. A primeira é a crise da saúde. O Brasil sempre teve uma carência muito grande de bons hospitais, e o nosso sistema de saúde é bem ruim. O recolhimento feito durante todos esses anos poderia ter dado ao povo brasileiro uma saúde muito melhor. Agora, no desespero, se tenta fazer alguma coisa para minimizar o que pode vir. Não sabemos o efeito e o tamanho desse vírus no país. No Brasil, temos comunidades, aglomerações, e isso pode se espalhar por milhões e milhões de brasileiros. Pode acontecer um caos no atendimento. O segundo problema, e muito grave, é a eventual recessão. Todas as camadas sociais terão grandes perdas. O trabalhador, que tem seu emprego informal ou também o formal, assim como o empresário, gerador de muitos empregos; isso atinge também o futebol. Não temos uma perspectiva de retorno. Os clubes não têm receitas do cotidiano (bilheteria, sócio-torcedor, lojas) e nem em venda de jogadores. Neste momento, paralisamos as contratações. Se faço isso agora, a única coisa que faremos é engordar nossa folha de pagamento"

Lásaro Cunha: O Sérgio está discutindo na Comissão dos Clubes sobre o que será ser feito. No Japão, a vida já começou a cair na normalidade. Esperamos que aconteça logo aqui também; Enquanto isso, temos que alimentar nosso torcedor com as notícias sobre o que estamos fazendo. Ele, por sua vez, tem que seguir nos ajudando com o sócio-torcedor. O clube é nosso, temos que nos ajudar. Quem se organizar nesta fase, poderá ter boas perspectivas quando tudo passar.

Compromisso financeiro

Sérgio Sette Câmara: "Estava agora numa reunião virtual com vários presidentes de clubes. Estamos, através do Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, abrindo uma linha de negociações com o sindicato do atletas. Tem que ser um grande acordo. Os clubes, sem receita, não conseguirão honrar com as folhas sem causar impactos no restante do ano. A maioria esmagadora dos clubes passam por dificuldades financeiras. Sem receita, mas com despesa, inviabilizará tudo. Temos que nos unir para salvar o futebol brasileiro. O Mário deve nos enviar ainda hoje uma proposta para ser encaminhada. Houve um primeiro contato, mas é tudo ainda muito nebuloso (no país). Confesso que nunca tinha visto uma união tão grande dos clubes, buscando honrar ao máximo os pagamentos aos atletas, sem compromenter demais a saúde financeira. Temos que encontrar um equilíbrio nisso.

Lásaro Cunha: "Os clubes tem problemas diferentes. Os pequenos clubes, do interior, tem contratos com os jogadores que já terminariam agora. Vários destes atletas já estão pré-contratados por outras equipes para disputar o Brasileiro. Teremos que arrumar formas de minimizar os problemas de cada um. Essa Comissão é a chave para abrir uma grande negociação no futebol como um todo.

Sérgio Sette Câmara: "Já deve haver a antecipação das férias coletivas. Todos os clubes devem colocar todos os atletas, comissão técnica e tudo ligado ao futebol em férias coletivas. Teremos 30 dias para negociar e analisar este cenário que é incerto. Estamos envolvendo pessoas da CBF nestas reuniões que estão sendo feitas; elas estão nos auxiliando nestas conversas. A ideia é esticar o calendário o máximo possível, até 30 de dezembro e dar até 10 dias de férias para os jogadores, até 10/11 de janeiro, para sairem com os familiares. Agora, não é férias. Estão em casa."

Receitas

Sérgio: "Tínhamos uma gordurinha para queimar, mas, infelizmente, teremos que utilizá-la de uma forma que não gostaríamos. Vamos tentar nos adaptar a este período e criar uma situação de parcelamento. Todo mundo passará por isso.

 Reprodução/Youtube 

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