
Diz o jargão do futebol que clássico é decidido nos detalhes. O emocionante empate em 1 a 1 entre Cruzeiro e Atlético ontem, no Mineirão, comprovou a teoria. Afinal, foram várias as particularidades que decretaram o resultado.
Para o time celeste, a partida caminhava de forma positiva até o chileno Mena ser expulso de forma infantil no início do segundo tempo. Com um jogador a menos, a equipe teve que mudar de postura e aguentou a pressão até onde pôde, mas acabou castigada no fim com um gol de Carlos devido a um descuido do sistema defensivo.
Do outro lado, o Galo lamenta não ter encontrado oportunidades suficientes para aproveitar a vantagem numérica. Ao mesmo tempo, comemora mais um milagre de Victor no apagar das luzes, depois de um vacilo de Jemerson. A zaga também já tinha sido vilã no gol de Willian, que contou com a contribuição do goleiro alvinegro.
Com tantos detalhes, não por acaso, os técnicos Mano Menezes e Levir Culpi mostraram sintonia em seus discursos. “Se existe um empate merecido para os dois lados, foi esse”, observou o atleticano. “Se tivéssemos ficado com 11 homens de cada lado no
segundo tempo, teríamos grandes oportunidades de contra-ataque e o placar poderia ter sido diferente”, avaliou o cruzeirense.
O resultado, porém, não satisfaz nenhum dos dois times. O Atlético segue na segunda colocação do campeonato, mas a diferença em relação ao líder Corinthians aumentou de três para cinco pontos.
Já o Cruzeiro segue perigosamente perto da zona do rebaixamento, com apenas dois pontos de vantagem sobre o Coritiba. Nesta quarta-feira, a Raposa recebe o Vasco no Mineirão, às 22h. No mesmo dia e horário, o Galo visita o Santos na Vila Belmiro.
Apesar de terem classificado o resultado como justo, os dois lados fizeram críticas à arbitragem do gaúcho Leandro Pedro Vuaden. O Cruzeiro cobrou a marcação de um pênalti em um toque do zagueiro Leonardo Silva na primeira etapa. No segundo tempo, o Galo reclamou do pênalti marcado a favor do time celeste, alegando que a falta havia sido cometida fora da grande área.
Equilíbrio
Disposto a investir na velocidade, Mano apostou na entrada de Marquinhos no lugar de Vinícius Araújo. A outra novidade foi o chileno Mena no lugar de Pará. A ideia surtiu efeito e o time estrelado deu trabalho à zaga atleticana, mas pecava nas finalizações.
O Galo, por sua vez, chegava com perigo pelo lado direito, com Lucas Pratto. E foi justamente o argentino que promoveu a jogada mais perigosa da equipe na primeira etapa.
Os dois times, porém, abusaram dos erros individuais, especialmente nos passes. Foi assim que os donos da casa aproveitaram para chegar ao gol. No segundo, o domínio foi todo atleticano. A pressão foi tanta que, apesar da falta de criatividade, o time foi coroado com o empate.