Encontro de craques: judocas mineiros aprendem com japonês medalhista olímpico

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
17/03/2017 às 19:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:47

Em que um vendedor de bobinas de aço de um grande grupo siderúrgico japonês pode ajudar na preparação de alguns dos melhores atletas do judô brasileiro? Muito, considerando que, antes de mais nada, Masashi Nishiyama foi um dos principais judocas do planeta, com direito à medalha olímpica de bronze nos Jogos de Londres’2012 (categoria até 90kg).

Ele esteve em Minas para passar um pouco de sua experiência e técnica – é um especialista no 0-soto-gari, o trabalho de pernas para derrubar o oponente. E quem acha que o intercâmbio só interessou aos mais jovens e menos experientes se engana. Teve campeão mundial e pan-americano de olho em cada palavra ou movimento do ex-atleta, de apenas 31 anos.

O meio-pesado Luciano Correa fez questão de saber, de Nishiyama, detalhes da preparação dos atletas do país criador do esporte e ainda hoje sua maior força. “Eles se baseavam muito na técnica e não davam tanta atenção à musculação, por exemplo. Agora ficou claro que estão trabalhando mais a parte física. Estamos sempre nos atualizando e ter a chance de contar com os ensinamentos dele aqui é uma baita oportunidade para todos nós”, destaca o brasiliense.

Técnico de Seleção Brasileira, Floriano Almeida Neto também comemorou a visita. “Os mais experientes ainda conseguem esse intercâmbio com mais frequência, porque competem no exterior. Mas mesmo para eles é muito útil. Para quem está ganhando espaço agora, então, nem se fala. E o judô proporciona isso, essa troca de experiências e técnicas constante. Há sempre o que aprender das outras escolas”.

Nishiyama se disse um fã do judô brasileiro, que definiu como “muito bonito” e admitiu que os compatriotas terão de se superar para fazer bonito nos Jogos de 2020, em casa. Aposentado desde a medalha em Londres, ele diz também ter a aprender e ressalta a amizade entre os dois países que deixa eventuais rivalidades apenas para o tatame.

“Fico lisonjeado em poder passar um pouco do que sei a judocas tão fortes, mas também às crianças. Para elas, acima de tudo, o esporte tem que ser divertido, como pude constatar no Minas e na Usipa, em Ipatinga”, destacou.

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