Enderson Moreira quer retomar DNA do Cruzeiro, confia na direção e mira agradar o torcedor

Guilherme Piu
@guilhermepiu
26/03/2020 às 13:35.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:05
 (Reprodução/Cruzeiro)

(Reprodução/Cruzeiro)

A Era Enderson Moreira no Cruzeiro está oficializada desde a última semana, mas foi nesta quinta-feira (26) que o novo treinador da Raposa falou pela primeira vez dos seus planos e suas metas à frente do time estrelado.

Em uma coletiva diferente, já que a pandemia do coronavírus instituiu nos responsáveis um isolamento social para evitar a explosão dos casos da doença, Enderson Moreira respondeu a questionamentos dos jornalistas, que enviaram ao Cruzeiro vídeos com perguntas relacionadas à nova missão do comandante. O conteúdo foi publicado no canal oficial do clube no YouTube.

Ficou claro na entrevista que Enderson quer mudar o estilo de jogo atual da Raposa e dar ao clube, novamente, o que ele trata como DNA celeste: jogo bonito e um futebol que agrade ao torcedor. 

Apesar de ter dirigido outras grandes equipes como Fluminense, Grêmio e Santos, Enderson considera que comandar o Cruzeiro é o grande desafio de sua carreira. 

"Sem dúvida é o trabalho de maior responsabilidade. Sei muito bem o que representa esse momento no Cruzeiro. Tive oportunidade de participar de outras Séries B, com Goiás e América e sei muito bem que quando um clube gigante como o Cruzeiro participa da competição, todos sabem da responsabilidade de voltar, e voltar sem sustos (para a Primeira Divisão). Principalmente que ele possa aproveitar esse momento da reconstrução, de buscar uma nova direção, fazer com que as coisas possam acontecer de uma forma diferente, e que possamos resgatar o jogo do Cruzeiro, que o torcedor tenha orgulho de ver um time que o represente da melhor forma possível dentro de campo", ressaltou o técnico.

"Acho que essas são nossas responsabilidades, e eu sei muito bem daquilo que me espera, das cobranças que estão por vir. Tenho muita consciência de que não vai ser fácil. Com o trabalho conjunto e apoio do grupo gestor, que está à frente nesse momento tão complicado, tenho expectativa enorme de que podemos fazer deste ano de reconstrução algo que possa marcar os próximos anos no Cruzeiro", completou.

Além de destacar o que espera do timee, Enderson também falou das avaliações que tem feito no elenco, ainda um trabalho inicial junto ao departamento de futebol celeste. 

"Estou no processo de avaliação. Tive essa reunião com a comissão técnica, membros da direção do clube, do Conselho Gestor; é um primeiro contato apenas. O que a gente percebe é que o Conselho Gestor está muito focado em montar a melhor equipe possível nesse momento. Acho que o Cruzeiro tem que estar atento e agregar bons atletas à nossa equipe. Não é questão de quantidade, mas de qualidade, e que a gente possa trazer atletas que possam contribuir ainda mais com esse grupo. Um dos meus objetivos, sem dúvida alguma, é tirar o máximo de cada atleta, fazer com que cada um possa, nesse momento, render seu melhor futebol", ressaltou. Reprodução/Cruzeiro

Trocar um clube da Série A por um da B

Deixar o Ceará, equipe que está na Série A do Campeonato Brasileiro, por um clube que jogará a Segunda Divisão também foi motivo de questionamento ao treinador, que respondeu com o coração.

"Foi uma decisão difícil, muito difícil, muito complicada, mas o Cruzeiro é um gigante do futebol brasileiro, a gente sabe o momento difícil que o clube está passando. O Conselho Gestor, como tenho falado, está fazendo um grande sacrifício, se dedicando com muito entusiasmo, tentando de todas as formas dar qualidade de trabalho ao time, principalmente dentro das quatro linhas, fazendo com que essas coisas possam funcionar muito bem e que a gente não perca a referência da grandeza do Cruzeiro. E eu também tenho uma história no clube. O Cruzeiro foi um divisor de águas na minha vida, principalmente na minha vida profissional. Em 2007, quando a gente ganhou o título da Copa São Paulo, com a comissão técnica e o Ricardo Drubscky, tive naquele momento um reconhecimento nacional que foi determinante para que eu pudesse, depois, ter boas oportunidades. Sem dúvida que o chamado do Cruzeiro é também um chamado para o lado emocional, de poder devolver, retornar para o Cruzeiro um pouco daquilo que ele me proporcionou profissionalmente. Me senti muito mexido para tomar essa decisão, que era difícil", explicou. 

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