Entre o sonho paranaense e a briga dos cariocas

Alexandre Simões - Hoje em Dia
03/08/2015 às 07:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:11
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Sucesso técnico e de público no início do milênio, a Copa Sul-Minas vive mais um movimento de retorno, encabeçado por Coritiba, Atlético-PR e Paraná, que são oposição ao atual presidente da federação local, Hélio Cury, mas ainda aparece como uma incerteza nos bastidores.

A única coisa clara até o momento é que mesmo com o direito de constituir ligas, garantido aos clubes por lei, a formação da Sul-Minas depende mesmo é da televisão. Só se alguma emissora bancar o torneio ele tem chances de voltar.

Retirada do calendário depois de três edições (2000, 2001 e 2002) pelos interesses da CBF, que depende dos votos das federações, que a cada ano viam seus estaduais perderem importância em Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, a Sul-Minas surge agora novamente com um contexto político.

Pelo formato desenvolvido por André Macias, vice-presidente do Coritiba, o torneio contaria com Flamengo e Fluminense, que não são Sul, nem Minas, mas assim como os paranaenses são oposição à respectiva federação. Além do trio paranaense e da dupla Fla-Flu, o Cruzeiro também teve problemas com a FMF este ano, situação que já foi contornada, segundo o presidente da entidade, Castellar Guimarães.

Além de ter feito as pazes com a Raposa, o dirigente afirma ser favorável ao torneio. “Sou a favor. Os clubes têm mais um ano de contrato com a TV pelo Mineiro e isso precisa ser respeitado. Mas se a Sul-Minas for viável, não me oponho. Vou é brigar para que ela agregue mais clubes do Estado, não apenas Atlético e Cruzeiro”, afirma Castellar.

A cota de TV paga nos estaduais é o que divide quem se une pela Sul-Minas.

No Rio, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, elas são altas. No Paraná, são baixas, pois o campeonato tem baixa audiência, principalmente no interior.

Segundo Castellar, no dia 10 vai ser realizada uma reunião de presidentes de federações na CBF e um dos assuntos tratados deve ser a volta da Sul-Minas.

Retorno

Para o diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf, a volta do torneio depende da palavra da televisão. O Atlético participou das reuniões. O presidente Daniel Nepomuceno inclusive esteve numa delas. Está claro que se a Globo não pagar, fica inviável. Acredito que a Sul-Minas é um bom produto, mas é uma competição cara, de grandes deslocamentos”, analisa Maluf.

O Cruzeiro também esteve nos dois encontros. E segundo o diretor de comunicação, Guilherme Mendes, o clube é totalmente favorável à volta da Sul-Minas, que está enfrentando um problema com a participação dos cariocas, que não deve ser liberada pela CBF, já que eles não pertencem aos estados do torneio.

A decisão da CBF, embora dificilmente seja externada, deve ser mesmo pelo veto da participação da dupla Fla-Flu. Nos bastidores, os comentários são de que a entidade atenderia a um pedido do presidente da federação carioca, Rubens Lopes.

Entre o jogo político e a necessidade de convencimento da televisão, a tentativa de renascimento da Sul-Minas aparece como uma prova de como é administrado o futebol brasileiro: atendendo a interesses pessoais e totalmente dependente da televisão.
 

 

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