Entrevista: Atuando no Shandong Luneng, da China, Roger Guedes deixou saudades no Galo

Henrique André
23/08/2019 às 15:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:08
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Revelação do Campeonato Catarinense de 2016, pelo Criciúma, e campeão brasileiro no mesmo ano, pelo Palmeiras, o atacante Roger Guedes chegou ao Atlético dois anos depois, por empréstimo, para fazer parte de um elenco em reformulação. 

Apesar do início conturbado, em que oscilava boas e más partidas, o gaúcho de Ibirubá caiu nos braços da Massa e, negociado com o Shandong Luneng, da China, deixou o alvinegro como o artilheiro da Série A. Pelo clube, balançou a rede 13 vezes em 28 partidas disputadas. Mesmo aos 22 anos, já deixa saudade em grande parte da torcida atleticana e tem o nome constantemente pedido para reforçar o elenco.

Nesta entrevista ao Hoje em Dia, Guedes conta como tem sido a adaptação no outro lado do mundo, fala da ansiedade pela final da Copa da China – o Shandong encara o Shanghái Shenhua a partir de novembro –, relembra a passagem pelo Atlético, diz o que o carinho dos atleticanos representa em sua vida e ratifica que, para ele, o Galo é o maior clube de Minas Gerais. 

Como tem sido a vida na China? Após um período de altos e baixos, parece que você tem vivido a melhor fase do outro lado do mundo.
Minha vida aqui na China tem sido muito positiva. Venho fazendo uma grande temporada, estou muito adaptado, fazendo grandes jogos, conseguindo marcar gols. Estamos disputando título. Então estou em um grande momento aqui. 

Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou nos primeiros meses no país?
A adaptação sempre leva um tempo, mas graças a Deus consegui me adaptar rápido aqui na China, no clube e no futebol chinês. Então, cara, o idioma foi um pouco mais difícil no começo, mas tive brasileiros que me ajudaram, os tradutores. Então foi um período tranquilo para mim.

Você esteve próximo de acertar sua transferência para Portugal. Por que não se concretizou?
Sobre a transferência eu deixo sempre com meu empresário. Sempre procuro focar dentro de campo, em fazer o melhor pela equipe que estou defendendo, e no Shandong não vem sendo diferente.

Constantemente, o torcedor do Atlético pede seu retorno. Como encara esse carinho, apesar de tão pouco tempo pelo clube? 
Fico muito feliz com esse carinho e agradeço muito. Tive um grande momento no Atlético, onde consegui desempenhar bem meu futebol e, juntamente com meus companheiros, ajudar o clube. Então, sem dúvidas, foi um momento muito bom na minha carreira, e fico feliz por esse reconhecimento.

Você deixou o Atlético como artilheiro do time na temporada. Se arrepende de ter saído naquele momento? Acha que poderia ter feito mais com a camisa alvinegra?
Como eu disse, foi um momento muito bom na minha carreira essa passagem no Galo, mas apareceu essa oportunidade de vir jogar na China. Foi um momento ótimo que tive na carreira, aí em Minas, e sei que dei meu melhor enquanto vesti a camisa do Atlético, clube que sou muito grato. 

Em algum momento esteve perto de retornar ao clube, após a ida para China? Foi procurado? Houve negociação? É um desejo voltar ao Atlético em breve? Esteve perto de um outro grande do país neste período?
Este tipo coisa, como disse anteriormente, eu deixo para meu empresário. Procuro focar mais dentro de campo. Agora tenho contrato com o Shandong, e meu objetivo é dar meu melhor aqui e buscar as metas no clube.

Você, em algumas declarações, chamou o Atlético de “O Maior de Minas”. Essa sua visão foi para aumentar a rivalidade com o Cruzeiro ou, de fato, é uma opinião que vai além disso?
Todo time que defendo eu procuro vestir a camisa da melhor forma possível, e no Atlético não foi diferente. Foi um time importante na minha carreira. E sou um cara sincero, então de fato é uma opinião de que o Atlético é o maior de Minas, e sou muito agradecido ao clube por tudo que vivi lá.

Alguns jogadores tiveram chances com Tite, mesmo atuando na China. O que falta para que você seja lembrado e que tenha uma oportunidade na Seleção. Acha que este momento está próximo de acontecer? Você se convocaria hoje?
Eu procuro fazer meu trabalho da melhor maneira possível em todos os clubes, pois você só chega à Seleção fazendo seu melhor onde está. Então, claro que tenho o sonho de vestir a camisa da Seleção Brasileira, de defender meu país, disputar uma Copa do Mundo. Esse é o grande sonho do jogador. Mas, como eu disse, é pensar em fazer sempre o melhor no clube para, se Deus quiser, um dia ter essa oportunidade.

Você sempre teve fama de ser um jogador explosivo, pelo temperamento forte. Acredita que será sempre assim? E aquelas conversas com o Éder Aleixo? Foi um grande amigo que fez no futebol?
Eu sou um cara muito tranquilo, uma pessoa muito família. Amo estar com meu filho, junto da minha esposa. Nas horas vagas, procuro sempre estar com eles, com meus amigos. Então, sou bem tranquilo quanto a isso. E o Éder, sem dúvida, foi uma pessoa importante, que me passava muitos conselhos, não só para mim, mas para todos os jogadores. 

Quais são seus planos para o futuro? O grande sonho, as metas como jogador e também na vida pessoal...
Meu plano é seguir jogando em alto nível, fazendo meu melhor na equipe que eu estiver defendendo. Temos a oportunidade agora de vencer a Copa da China, em que estamos na final. Então, ser campeão aqui, para mim, seria muito gratificante. E, claro, vestir a camisa da Seleção Brasileira, defender meu país em uma Copa do Mundo. Sou um jogador jovem ainda, com muita vontade de vencer, e, se Deus quiser, buscarei muitas conquistas ainda na minha carreira.

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