
No clássico do último dia 12, quando o Cruzeiro venceu o Atlético por 3 a 2, no Independência, a sua torcida encheu o Horto de balões brancos, com uma letra B vermelha. Toda hora um deles passava na frente da câmera que fazia a transmissão do jogo e caía sobre a cabeça de um rival no setor abaixo.
Antes disso, na estreia de Robinho, em 24 de fevereiro, contra o Del Valle, pela Libertadores, um drone, com um fantasma da Série B, invadiu o espaço aéreo do Horto, numa provocação dos cruzeirenses, que iniciavam as “comemorações” pelos dez anos da disputa da Segundona pelo rival.
Com o Cruzeiro na lanterna da Série A e com um futebol de baixo nível técnico, fruto da falta de qualidade de grande parte dos jogadores, ter o fantasma que assombra os rivais, povoando seus pensamentos, tem tirado o sono dos cruzeirenses.
A pergunta é como um clube bicampeão brasileiro, em 2013 e 2014, pode estar vivendo uma situação tão dramática pelo segundo ano seguido na Série A?
— Jornal Hoje em Dia (@jornalhojeemdia) 21 de junho de 2016Qual o maior culpado pela situação do Cruzeiro?
Reforços?
A resposta é simples. E a impressão é de que foi implantado no clube o “Projeto” Série B. Se a marca do bi brasileiro foi o acerto nas contratações, sendo Ricardo Goulart e Everton Ribeiro os principais representantes dessa turma, o erro na busca por reforços é o maior problema do Cruzeiro desde o ano passado.
A partir de 2015, o clube contratou 28 jogadores e nenhum vingou. Até agora, 15 já deixaram a Toca.
Dos 13 que permanecem, Bryan é titular por ser a única opção para a lateral esquerda, Arrascaeta segue irregular, Riascos tem um gol em 11 jogos e Romero, em nove rodadas, foi expulso duas vezes e já ficou de fora de quatro jogos por suspensão.
Gringos
Dos 28 reforços, dez são estrangeiros. E o exemplo da falta de critério é o volante chileno Seymour, que ninguém consegue explicar como chegou ao Cruzeiro. Neste ano, desembarcaram na Toca Gino, Pisano, Romero e Sánchez Miño, que já deixou o clube.
Treinador
Os erros sucessivos nas contratações têm como concorrente na briga pelo motivo principal da crise azul as trocas constantes de treinadores. E pior que as trocas, as apostas equivocadas, como Luxemburgo e Deivid, que ficou muito mais tempo que merecia no cargo.
A gestão do futebol em qualquer um dos 12 gigantes do futebol brasileiro é um exercício de risco, com erros e acertos. Quando se erra demais numa disputa tão equilibrada como a Série A, o perigo é tirar do seu torcedor o argumento de que “time grande não cai”.
No campeonato que o Cruzeiro viverá nas 29 rodadas finais, carregará a esperança de milhões de que a queda seja apenas a de balões no Horto.
