Esporte em Pauta: Show de Bernard; irregularidade celeste

Vinícius Las Casas - Do Hoje em Dia
10/09/2012 às 10:48.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:09
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

A partir desta segunda-feira (10), o Portal Hoje em Dia inaugura uma nova seção: Esporte em pauta. Nela, vamos discutir os detalhes que fizeram a diferença nos jogos de Atlético e Cruzeiro. Pormenores táticos, o brilhantismo do craque, erros cruciais e tudo o que cerca uma partida de futebol será aqui debatido. Apesar deste quadro ser voltado à análise do futebol mineiro na Série A; sempre abriremos espaço para os demais clubes e esportes. Nesta segunda, tem notinha sobre futebol americano e até gol de goleiro, de bicicleta, nos acréscimos na terceira divisão da Dinamarca.

Mas, sem mais delongas, vamos aos fatos da 23ª rodada, que teve uma goleada atleticana construída pelos pés de um jovem talento (craque, diriam alguns) e o excesso de falhas do Cruzeiro em Recife, culminando na derrota por 2 a 1.

Atlético e Bernard brilham!

Horas antes da partida contra o Palmeiras chegou a notícia de que Bernard jogaria, graças a um efeito suspensivo conquistado na noite de sexta-feira no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O menino atleticano tem sido um dos principais nomes da equipe neste Campeonato Brasileiro, seja com seus dribles, assistências ou gols.

Mas Bernard não ficou contente apenas em tomar as manchetes no início do dia, mas também quis aparecer na resenha pós-jogo. O baixinho abusou do seu talento e infernizou os palmeirenses. Correu, driblou, marcou gols (dois e decisivos) e recebeu elogios! O maior deles veio de Ronaldinho Gaúcho, eleito melhor do mundo em duas oportunidas. "Alegria por ver o surgimento de mais um craque".

Começo instável

Apesar do placar dilatado, a partida não foi tranquila para o Galo. O primeiro tempo foi digno de sono. Poucos lances agudos, muita marcação e um Atlético apático, sem criatividade e com R49 no ataque, um desperdício do potencial técnico dele. Cuca, no entanto, não foi burocrático na volta da etapa final. Com um olhar tático diferenciado, o treinador mandou o time ao ataque. Tirou Leandro Donizete e Danilinho; colocou Escudero e Leonardo. O argentino atuou quase como um volante, dando qualidade à saída de bola. Leonardo foi a referência ofensiva, fundamental para a estratégia de lançamentos longos, necessitando sempre de um pivô na frente.

Mesmo assim, o primeiro gol surgiu apenas na bola parada. R49 cobrou com maestria, Leonardo Silva usou a altura para definir. O sufoco e as péssimas lembranças dos últimos jogos ficava no passado. A partir daí, a tarefa alvinegra "ficou fácil". O Palmeiras extremamente defensivo enquanto a igualdade do placar reinava, teve que se abrir para buscar o ataque.

Com espaços, a velocidade de Bernard fez diferença. O jovem encontrou brecha na defesa e anotou dois tentos. Bom para a moral alvinegra, bom para o Campeonato Brasileiro, que não vê o Fluminense abrir vantagem na ponta.

Raposa desaponta; hora de trocar o comando?

Tal como foi contra o Botafogo, o Cruzeiro começou ligado contra o Sport. Marcação pressão, toque de bola envolvente, ataque rápido e criativo. Logo fez 1 a 0, com gol de Wallyson. Mas, inexplicavelmente, o gás acabou. A Raposa recuou demais, viu o rival crescer e incomodar. Os pernambucanos perdiam gols e mais gols; enquanto isso os celestes, nas poucas oportunidades que tinam, desperdiçavam, como foi o caso de Wallyson, cara a cara com Saulo.

Pela esquerda do ataque, o Sport importunava a Raposa. Léo era batido com facilidade, enquanto Rafael Donato e Matheus pareciam dois zagueiros de várzea. O meio de campo estrelado carecia de velocidade e criatividade. Charles era o retrato da frase anterior. O volante parecia correr com uma bigorna presa às suas costas. No entanto, imagino que o calor em Recife possa ter prejudicado os cruzeirenses.

Sem Leandro Guerreiro, suspenso, o Cruzeiro ficou sem um cão de guarda na frente da defesa. Sandro Silva e Tinga não são jogadores para atuarem plantados, dando suporte aos defensores. No elenco cruzeirense, aliás, náo tem esse nome, exceção feita a Guerreiro. Sou daqueles contrários à utilização de um homem exclusivo para marcação, sobretudo em tempos que os volantes que sabem jogar proliferam no mundo (como prova as seleções da Espanha e Alemanha).

Mas temos que entender que em times com dificuldade defensiva e com atletas pesados e lentos no setor, é necessário um reforço defensivo, vindo do meio de campo, atuando quase como um terceiro zagueiro.

Demissão de Roth

Alguns torcedores já começam a falar em demitir Celso Rooth. Acho precipitado. Com o plantel à disposição, o trabalho está condizente. A insatisfação dos torcedores cruzeirenses está sendo motivada mais pelo desempenho do rival Atlético. O contraste da inconstância celeste com a felicidade atleticana irrita os torcedores, e com razão. No entanto, vale destacar que a direção azul não tem a função de torcer, mas de administrar o clube. Neste momento, em que os bons nomes para treinador estão empregados e o trabalho de Roth está no início, acredito que a melhor alternativa seja a manutenção de Roth.

Ao final da temporada, acredito que seja o melhor momento para a reaviliação do trabalho de Roth e, quem sabe, colocar um ponto final no vínculo entre os cruzeirenses e Celso Roth.

Rapidinhas:

* Victor foi fantástico. Ao menos quatro defesas complicadas, impedindo que o resultado fosse diferente. Ponto para diretoria atleticana pelos esforços na contratação do goleiro.

* No futebol americano, Peyton Manning, após 1 ano e meio fora dos gramados, retornou à NFL. E em grande estilo, com vitória sobre o Steelers. É sempre bom ver o grandes do esporte desfilando toda a sua genialidade.

* Terceira divisão da Dinamarca vira notícia mundial. Tudo graças a um goleiro-artilheiro. A fera foi para a área, nos acréscimos, tentando empatar a partida. Não só conseguiu, como foi de BICICLETA! Confere no vídeo.

 

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