O pequeno Noah, que completa 1 ano na próxima sexta-feira (5), ainda não entende muita coisa. Mas é ele quem vai dar a partir desta terça (2) os troféus que o tenista mineiro Bruno Soares mais sonha depois de conquistar dois títulos inéditos no Grand Slam da Austrália, no fim de semana.

O sorriso e o carinho do filho, a quem não encontra pessoalmente há exatamente um mês, é tudo que Bruno Soares quer, assim que desembarcar no início da madrugada desta terça (2) no Aeroporto de Confins.

Serão apenas duas semanas em Belo Horizonte, tempo suficiente para matar saudade da família, descansar um pouco, jogar pôquer com os amigos e visitar os restaurantes de comida japonesa da capital mineira que ele adora.

Enquanto mostra um a um alguns dos troféus conquistados mundo afora pelo marido, a arquiteta Bruna Soares, de 31 anos, comenta orgulhosa o feito mais recente do ex-colega de tênis da adolescência e que acabou transformando-se no grande amor da sua vida.

“No total, já são 16 anos juntos. Boa parte desse tempo a gente passou à distância. Hoje a tecnologia ajuda muito. A gente conversa bastante por vídeo, o que ajuda a matar a saudade. É assim também que ele acompanha as novidades do Noah”, explica ela.

A mesa da sala de visitas do apartamento do casal, na Região Sul de Belo Horizonte, já está sendo preparada para receber os dois novos troféus.

Sábado passado, ao lado do britânico Jamie Murray, ele conquistou o título de duplas masculinas. Poucas horas depois, subiu ao pódio novamente, dessa vez como campeão de duplas mistas, ao lado da russa Elena Vesmina.

Entre um feito e outro foram menos de 24 horas, apenas três horas e meia de sono e muitas xícaras de café para segurar a onda. “O celular dele tinha entre 1.200 a 1.500 mensagens de whatsapp. O pior é que ele gosta de responder todo mundo. A gente estava conversando já de madrugada e ele respondendo mensagens, que não paravam de chegar. Até eu recebi um monte de mensagens”, relembra Bruna.

Aniversário do filho

A partida de duplas masculina ela assistiu em casa com a família e amigos. Por causa do fuso-horário, a arquiteta acompanhou o jogo misto sozinha no quarto. “Como tem pouco tempo que ele estava jogando com estes parceiros, coisa de um mês, até ele ficou surpreso. Estamos todos muito felizes. É difícil de acreditar”, diz Bruna.

A felicidade do casal ficou ainda maior porque Bruno conseguiu tempo para aproveitar o aniversário de Noah ao lado do filho. “Não vamos fazer nada especial. Só uma festinha em casa mesmo para ele. Mas só de o Bruno poder estar presente já é uma maravilha”, comemora.

Mesmo quando está em Minas, Bruno não se descuida. Treina em dois períodos. Faz questão de almoçar e jantar com a família. No cardápio, nada especial.

“Só não pode faltar comida japonesa. Ele adora. Sempre almoçamos em casa aquela comida de todo o dia e saímos à noite para jantar. Às vezes vamos ao clube também para ele relaxar um pouco”, relata ela.

O tenista tem outro esporte como paixão além do tênis. “Ele adora esquiar”, conta a esposa Bruna.

Além disso

O próximo compromisso de Bruno Soares, 33 anos, será entre os dias 15 e 20 de fevereiro, no Rio Open, no Rio de Janeiro. O mineiro sabe que ainda tem muitas competições pela frente, mas já faz planos para quando aposentar a raquete. Está estudando marketing em uma universidade à distância e abriu uma empresa junto com o treinador Hugo Daibert. Entre outras coisas, a empresa administra algumas escolas de tênis em Belo Horizonte. Boa parte dos prêmios que recebe – R$ 1,3 milhão só neste Grand Slam –, Bruno investe em imóveis.

Uma das grandes incentivadores da carreira do filho, Maísa Soares também não vê a hora de encontrar pessoalmente com Bruno para dar um abraço apertado de parabéns. “A gente conversou muito depois dos títulos. Mas nada substitui um encontro pessoalmente. Estamos todos muito felizes com esta conquista. É uma vida muito sacrificada, longe da família, do filho, dos amigos. Eles passam a vida treinando para um Grand Slam, e quando vem um título desse tem que ser comemorado”, diz Maísa.

Ela acompanhou os jogos pela televisão na casa de um irmão de Bruno, em São Paulo, e no dia seguinte organizou um almoço para alguns amigos para comemorar a façanha.

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