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Segunda-Feira,29 de Abril

Europeu com mais brasileiros no grupo, Shakhtar encara gigantes mineiros

Henrique André - Hoje em Dia
19/01/2015 às 07:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42

(Shakhtar Donetsk)

Considerado o time mais brasileiro da Europa, por ter 13 atletas tupiniquins no elenco, além do auxiliar técnico Antônio Carlos Zago, o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, enfrentará Atlético e Cruzeiro na reta final da pré-temporada que realiza no país do futebol desde o início de janeiro.   Após encarar o Bahia, em Salvador, e o Flamengo, no Rio de Janeiro, quarta-feira que vem o time comandado por Mircea Lucescu fará um embate com o Galo, campeão da Copa do Brasil. A partida está marcada para às 20h30, no Independência.   No dia seguinte, os ucranianos viajam para Porto Alegre, onde enfrentam o Internacional, na sexta-feira, no Beira-Rio. No domingo será a vez de encarar a Raposa. O duelo com o bicampeão brasileiro acontecerá no domingo, às 17h. A partida será no estádio Mané Garrincha, em Brasília, e finalizará a passagem dos ucranianos pelo Brasil.   Coincidências   Duas coincidências marcam o duelo do Shakhtar com o Atlético, o primeiro na história dos dois clubes. A primeira é o nome dado ao time europeu em 1946 (dez anos após sua fundação oficial). Shakhtar, em ucraniano, significa “os mineiros”, alcunha dada ao Galo fora do país.   A outra, e mais recente, é a presença de dois ex-atleticanos no elenco dos “mineiros de Donetsk”: o atacante Fred, que deixou o clube alvinegro quando era jogador da base, se transferindo para o Internacional e posteriormente para o exterior, e o meia Bernard, prata da casa alvinegra e campeão da Libertadores em 2013.    Estrutura    A partir de 1996, quando o empresário multibilionário Rinat Akhmetov assumiu a presidência do clube, o Shakhtar passou a ter outro status no futebol europeu. Estruturado e com muito dinheiro em caixa, o clube conquistou por seis vezes o título nacional (2002, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011), ganhou sete vezes a Copa da Ucrânia (1995, 1997, 2001, 2002, 2004, 2008, 2011) e em 2005, 2008 e 2011 se tornou vencedor da Supercopa da Ucrânia. No entanto, ainda não conquistara nenhum título de expressão intercontinental.   A diretoria busca dar aos atletas condições ideias de trabalho. Os “mineiros” contam com um Centro de Treinamento e Formação Esportiva supermoderno, instalado no distrito de Kirch, e considerado um dos melhores da Europa. Além disso, em agosto de 2009, inaugurou o “Donbass Arena”, estádio com capacidade para 51.504 espetadores.    Conflito e medo   Desde 2013, a Ucrânia vive uma grave crise interna. Até o momento, quase 5 mil pessoas já morreram e milhares ficaram feridas. Assustados com o clima tenso que divide o país, os atletas brasileiros contratados pelo Shakhtar (Bernard, Fred, Ismaily, Márcio Azevedo, Wellington Nem, Marlos, Fernando, Taison, Alex Teixeira, Ilsinho, Dentinho, Douglas Costa e Luiz Adriano) já não se sentem mais seguros.    Bernard, por exemplo, após a Copa do Mundo do ano passado, não quis retornar ao país europeu, temendo ser vítima do conflito. Em atrito com o técnico Mircea Lucescu, o meia se reapresentou com vários dias de atraso e perdeu espaço no time.   Agora, em 2015, o atraso do brasileiro aconteceu na pré-temporada, realizada no Rio de Janeiro. No entanto, clube e atleta informaram que o que aconteceu foi um erro de comunicação e Bernard treina normalmente com o grupo.   Torcedores do rival Dinamo e residentes no país do futebol, ucranianos estarão de olho na TV   Há quase 16 anos na capital mineira, o professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ucraniano Petr Ekel, além de apreciador do pão de queijo e da tradicional cachaça mineira, é um amante do futebol.   Torcedor do Dinamo Kiev, rival do Shakhtar Donetsk, Petr chegou ao Brasil em 1993 e por seis anos morou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.. Fã da geração de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, e do atacante ucraniano Shevchenko, foi criança que ele começou a frequentar o Estádio Olímpico de Kiev com o pai.   Em uma das partidas que viu, na década de 1960, o professor conheceu o Atlético. O alvinegro, em excursão à Europa, enfrentou o time de coração de Petr. “Foi o primeiro clube brasileiro que eu conheci”, afirma o ucraniano, que não se recorda do resultado da partida.   Sobre os amistoso do clube de Donetsk contra Atlético e Cruzeiro, marcados para esta semana, Petr diz que acompanhará pela televisão. Questionado se irá torcer contra o rival na Ucrânia, ele ri e faz mistério: “Esta pergunta não vou te responder”, brinca.   Em seguida, o professor ressaltou que, mesmo sendo torcedor do Dinamo, não torce contra os demais clubes da Ucrânia quando eles enfrentam equipes de outros países. Porém, como mora no Brasil há mais de 20 anos, não quis revelar se torcerá pelos mineiros tupiniquins ou da Europa.   Cônsul fanático   Alexandr Markov é cônsul da Ucrânia no Brasil e tem uma forte ligação com o futebol. Jogador até os 19 anos, Markov, de 61, é amigo de vários jogadores brasileiros que atuaram em times ucranianos, entre ele o volante Betão, ex-Corinthians.   Assim como o professor Petr Ekel, o cônsul é torcedor fanático do Dinamo Kiev. A única diferença entre os dois é a maneira de encarar a rivalidade com o Shakhtar.   “Não sei o que esse time está fazendo aqui no Brasil”, brinca o cônsul. “Time de verdade e de tradição na Ucrânia é o Dinamo”, completa.

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