Ex-acrobata de circo, brasileiro ganha vaga no Mundial de Salto de Penhasco

Estadão Conteúdo
13/02/2015 às 13:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:01

Depois de desistir dos saltos ornamentais "pela falta de suporte" e de abrir mão de seu trabalho no circo como acrobata para se dedicar ao salto de penhasco, Jucelino Alves começa colher os frutos de sua aposta. O paraense será o primeiro brasileiro a competir em todas as oito etapas do Red Bull Cliff Diving, o Campeonato Mundial da categoria.

Oficializada pela Federação Internacional de Natação (Fina) como uma de suas modalidades no fim de 2014, o Salto de Penhasco pode fazer parte do programa da Olimpíada de 2020, em Tóquio. Já existem negociações para tentar emplacar o esporte ao lado de outros mais conhecidos, como a natação, o polo aquático, os saltos ornamentais e o nado sincronizado.

Jucelino teve seu primeiro contato com o esporte em 2006, quando deixou o Brasil para fazer apresentações circenses pulando de torres com altura de até 25 metros. "Depois comecei a pesquisar e descobri que na Europa existiam competições de salto de penhasco, onde eram executados três saltos para escolher o vencedor."

Após quase 10 anos de experiência nos grandes saltos, e tendo participado de três etapas do Mundial através de convite, o brasileiro já mira grandes nomes do esporte, como o inglês tetracampeão consecutivo Gary Hunt e o russo Artem Silchenko. "É possível superá-los. Acredito que a sequência de competições que eu vou ter, somada à disciplina e à dedicação, vão me colocar no pódio."

Juscelino conhece sete dos oito locais onde vão ocorrer as provas do Mundial e classifica o salto da Torre de São Nicolau, no porto de La Rochelle, na França, como o mais perigoso. "É a etapa mais alta do Mundial, com 28,5 metros. Fora isso, o vento lá chega aos 105 km/h e a água também é super fria." O atleta conhece os perigos de São Nicolau por experiência própria. Ao tentar usar técnicas das apresentações do circo ao entrar na água, Juscelino acabou tendo uma séria lesão, que o afastou das competições por sete meses.

"Os shows em circos são feitos de torres com 23 a 25 metros de altura e uma piscina de 2,70 a 3 metros de profundidade. Nesses eventos, os saltadores utilizam uma técnica para cortar a velocidade da queda no espaço da piscina. Quando fui convidado pela primeira vez para saltar na França, acabei tendo um estiramento nos ligamentos dos dois joelhos."

O Mundial de Salto de Penhasco chega à sua sétima edição. Em 2013, o Rio de Janeiro quase foi palco de uma etapa, mas problemas na montagem da plataforma em Niterói fizeram a prova ser cancelada.
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