
No intervalo da partida, quando o placar era de 2 a 0 para o Santos, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Mendonça Falcão, foi ao vestiário do Cruzeiro tratar com o presidente Felício Brandi sobre a data da terceira partida da final da Taça Brasil de 1966.
Isso porque uma semana antes, a Raposa tinha feito incríveis 6 a 2 no Peixe, no Mineirão, no primeiro confronto decisivo.
O regulamento previa que, em caso de uma vitória para cada lado, independentemente do placar, seria necessário o jogo desempate.
Mas a atitude de cartola paulista foi precipitada. E o jovem time do Cruzeiro mostrou ao Brasil que surgia uma nova força, capaz de desbancar o Santos, de Pelé, que era pentacampeão da Taça Brasil, o Campeonato Brasileiro da época.

Tostão perdeu um pênalti aos 12 minutos, mas aos 18 diminuiu o placar. Dirceu Lopes decretou a igualdade, que já garantia a taça aos cruzeirenses, aos 28.
Aos 44 minutos da etapa final, Natal fez 3 a 2 para, numa das viradas mais sensacionais da história do futebol brasileiro, que tinha um novo campeão, o Cruzeiro, de Raul, Pedro Paulo, William, Procópio, Neco, Piazza, Dirceu Lopes, Tostão, Natal, Evaldo e Hilton Oliveira.
A FICHA DO JOGO
SANTOS 2
Cláudio; Lima, Haroldo, Oberdan e Zé Carlos; Zito e Mengálvio; Amauri (Dorval), Toninho, Pelé e Edu. Técnico: Lula
CRUZEIRO 3
Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira
DATA: 7 de dezembro de 1966
ESTÁDIO: Pacaembu
CIDADE: São Paulo
MOTIVO: Jogo de volta da final da Taça Brasil
GOLS: Pelé, aos 23, e Toninho, aos 25 minutos do primeiro tempo; Tostão, aos 18, Dirceu Lopes, aos 28, e Natal, aos 44 minutos do segundo tempo
ARBITRAGEM: Armando Marques (RJ), auxiliado por Germinal Alba (SP) e Wilson Medeiros (SP)
RENDA: Cr$ 65.146.000,00