
Menos de três anos após a fundação, que aconteceu em 2 de janeiro de 1921, o Palestra Itália (Cruzeiro) inaugura o seu estádio, no Barro Preto, bairro que concentrava grande parte da colônia italiana em Belo Horizonte no início do século passado.
E a ligação com a Itália tirou as autoridades da festa palestrina, fruto de uma lei assinada pelo presidente Epitácio Pessoa, que provocou perseguição aos imigrantes italianos, que começaram a criar uma organização trabalhista no país.
Segundo o Almanaque do Cruzeiro, “os imigrantes italianos incomodavam as oligarquias do país com a organização de greves e sindicatos”.

O time do Palestra Itália que encarou o Flamengo, em amistoso, na inauguração do Estádio do Barro Preto, em 23 de setembro de 1923
Se não compareceram as autoridades, o Barro Preto estava recheado de craques. O adversário do Palestra Itália foi o campeão carioca Flamengo, em amistoso disputado em 23 de setembro de 1923.
Além disso, o Palestra Itália de São Paulo, atual Palmeiras, que teve seu Estatuto como base para o primeiro do Palestra Itália de Minas Gerais, emprestou alguns dos seus principais jogadores aos mineiros. E Gasparini, Severino e Heitor participaram da partida, com Heitor, inclusive, marcando um dos gols.
Outra presença foi do primeiro grande craque do futebol brasileiro, Artur Friedenreich, na época jogador do Paulistano, de São Paulo.
O placar ficou em 3 a 3. Como visitante, o Flamengo ficou com a taça 20 de setembro, data em que é comemorada a unificação da Itália.
A FICHA DO JOGO
PALESTRA ITÁLIA 3
Cicarelli; Ciccio e Gasparini; Cicarelinho, Severino e Quiquino; Piorra, Nani, Heitor, Ninão e Armandinho.
FLAMENGO 3
Amado; Pennaforte e Almeida Netto; Durval, Seabra e Dino; Mário, Barbosa Lima, Orestes, Benevenuto e Agenor.
DATA: 23 de setembro de 1923
ESTÁDIO: Barro Preto
CIDADE: Belo Horizonte
MOTIVO: Amistoso
GOLS: Ninão/2 e Heitor, para o Palestra Itália; Benevenuto, Agenor e Mário, para o Flamengo
ARBITRAGEM: Henrique Vignal (RJ)
PÚBLICO: 4.000