Apaixonada por futebol e pelo Atlético, a bancária Adriene Cobra, 35 anos, reuniu nesse domingo (8) a família para comemorar o Dia da Mulher no Mineirão em mais um clássico Cruzeiro x Galo. Apesar da companhia do sobrinho Pedro Cobra, 8 anos, de Goiânia, que comparecia ao estádio pela primeira vez, a festa não estava completa. A filha Bárbara e o marido Emerson Costa, 42, não estavam por perto. Cruzeirenses, os dois assistiram à partida na outra extremidade do Gigante da Pampulha.
“Tudo o que a gente sonha é poder vir ao campo todos juntos, como aconteceu semana passada em Porto Alegre, no confronto entre Internacional e Grêmio. Nós até conversamos hoje (domingo) na hora do almoço sobre esta situação”, ponderou. “Achei que eles iam copiar a ideia aqui neste jogo de hoje (domingo), mas nada. Uma pena”, completa, enquanto vestia a camisa do Galo por cima de outra.
Com medo da violência e da maioria cruzeirense nesse domingo no Mineirão, ela preferiu esconder os uniformes na bolsa até chegar ao Mineirinho. Como a Massa Alvinegra só podia comprar 1.050 ingressos, a Polícia Militar organizou um extenso esquema de segurança para garantir a integridade dos atleticanos.
As torcidas organizadas se encontraram na Praça da Estação e seguiram de ônibus sob escolta até o estacionamento do Mineirinho. Dali chegaram ao estádio por uma passarela, sem que fossem vistos pelos adversários. Para evitar qualquer tipo de contato, toda a extensão da passarela estava cercada com placas de ferro de mais de dois metros de altura.
A bancária cruzeirense Ana Paula Alves Fonseca, 31 anos, acredita que não mudaria muito caso houvesse torcida mista dentro do Mineirão. E por um motivo muito simples. “A violência maior acontece mesmo é do lado de fora. Eu tenho medo é de chegar e sair ao estádio. Lá dentro é até tranquilo”, compara.
Um Mineirão, sem divisão de torcida, é o sonho da médica atleticana Maria Alice Moreira, 49 anos. “Seria o ideal, mas é preciso uma conscientização muito grande dos torcedores”, alerta. Torcedor da Raposa, Mauro Antônio Rios, 45, também simpatiza com a ideia, apesar de defender um tempo maior de adaptação.