Abel e Felipão são considerados dois dos maiores treinadores da história do Palmeiras (Cesar Greco/Palmeiras)
Treinador do Brasil no pentacampeonato Mundial conquistado em 2002, Luís Felipe Scolari, o Felipão, elogia e aprova o treinador português Abel Ferreira, do Palmeiras, no comando da Seleção Brasileira. O próprio Felipão já treinou a Seleção do país de Abel.
Na discussão se o Brasil “pode ou não” ter um treinador estrangeiro, Felipão optou por defender que a CBF tem que escolher o melhor, independentemente da nacionalidade.
“O Abel (Ferreira) é um dos nomes que eu ficaria muito feliz em ver na Seleção Brasileira. Quem é bom, pode trabalhar, mostra sua condição e pronto”, disse o treinador em entrevista à Rádio Gaúcha.
Felipão, que treinou a Seleção do Kuwait em 1990 e Portugal entre 2003 e 2008, comandando o país na Copa de 2006, destacou que muitos brasileiros já se aventuraram em seleções de outros países.
“Quero colocar minha opinião para que todo mundo saiba. Nós saímos do Brasil tantas vezes e tiramos lugar de tantos, não podemos agora cercear quem está na Seleção Brasileira de trazer A ou B. Independente da nacionalidade, é bom? Traga!”.
Após anos de muito sucesso no Palmeiras, Abel Ferreira, atual campeão Brasileiro, é um dos nomes preferidos para assumir a Seleção Brasileira para o próximo ciclo.
Mais de 100 brasileiros treinaram Seleções estrangeiras
A fala de Felipão sobre brasileiros terem “tirado lugar” de outros treinadores faz total sentido quando analisamos que 123 treinadores brasileiros já tiveram passagens por seleções de outros países ao redor do mundo. A maioria treinou equipes consideradas do terceiro escalão pra baixo no futebol. No entanto, alguns chamam atenção.
Além do próprio Felipão em Portugal, quem tem maior destaque é Carlos Alberto Parreira, que treinou seis seleções estrangeiras em dez passagens, sendo duas no Kuwait, duas na Arábia Saudita, duas nos Emirados Árabes e duas na África do Sul, além de uma na Tailândia e uma em Gana.
Outro que ganha destaque é o bicampeão do mundo como jogador em 1958 e 1962, Didi, que se aventurou como treinador do Peru entre 1968 e 1970.
Outros nomes importantes do futebol brasileiro também se aventuraram em seleções estrangeiras, como Paulo Autuori no Peru (2003-05) e no Catar (2012/13); Paulo César Carpegiani no Paraguai (1996-98) e Kuwait (2003/04); Renê Simões na Jamaica (1994-2000 e 2008), Trinidad-Tobago (2001/02) e Costa Rica (2009); e Zagallo no Kuwait (1976-78), Aárabia Saudita (1981-84) e Emirados Árabes (1988-90).
O Japão, assumidamente admirador do futebol brasileiro, já teve os craques Falcão e Zico no comando de sua seleção, sendo que o último foi o treinador do país na Copa de 2006. Ao todo, o país que mais contratou brasileiros para comandar a seleção foi a Arabia Saudita, sendo 16 treinadores em 18 passagens. Na sequência, aparecem Kuwait e Catar, com 12 técnicos em 13 passagens cada.
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