Filho de Ninão e sobrinho de Niginho, Benito, o Fantoni que defendeu o Atlético, completa 89 anos

Henrique André e Alexandre Simões
@ohenriqueandre e @oalxsimoes
02/06/2020 às 19:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:40

Fotos/Arquivo Pessoal

Benito Fantoni, filho e sobrinho de lendas do Palestra Itália (Cruzeiro), jogou no Atlético e foi bicampeão mineiro pelo clube nos anos 1950

Nascia em Roma, há 89 anos, um italianinho de sangue brasileiro que se transformou num importante personagem da história do futebol mineiro. E num momento de solidariedade mundial e que os presidentes de Atlético e Cruzeiro sinalizam uma paz, a trajetória de Benito Romano Fantoni não deixa de ser um exemplo de democracia e tolerância na maior rivalidade do Estado.

Benito é filho de João Fantoni, o Ninão, maior artilheiro de uma única edição do Campeonato Mineiro com os 43 gols marcados na edição de 1928. Referência do grande Palestra Itália (Cruzeiro) tricampeão estadual em 1928, 1929 e 1930, o primeiro grande ídolo palestrino foi vendido à Lazio, da Itália.
Além disso, ele é sobrinho de Niginho (Leonízio Fantoni), maior ídolo do Palestra Itália e primeiro jogador do futebol mineiro a ser convocado, defender e marcar gol pela Seleção Brasileira, e de Orlando Fantoni, que fez história também como treinador. Além disso, é primo de segundo grau de Nininho, um lateral-esquerdo de raro talento, que foi com Ninão para a Lazio, em 1930, mas morreu logo depois.

Benito, a criança menor, o pai, Ninão, e o irmão Fernando, que jogou no América e já faleceu

Carreira

Já no Brasil, pois seu pai encerrou a carreira no Palestra Itália, no final dos anos 1930, Benito começou a carreira de jogador no juvenil do Cruzeiro, em 1949. Contudo, sete anos depois, após prestar serviço militar e defender a Universidade de Caracas, da Venezuela, e o Vasco, foi contratado pelo Atlético, onde conquistou os títulos estaduais de 1956 e 1958.

No final de 1959, Benito foi negociado com o Cruzeiro e fez parte do elenco que levantou os canecos de 1960 e 1961, totalizando, assim, quatro títulos estaduais no currículo.

“Apesar de estar com uma boa saúde, ele convive com o Alzheimer. Se lembra muito pouco das coisas e já não reconhece alguns familiares. Para mim, ele sempre disse gostar mais do Cruzeiro, apesar de nutrir carinho pelos dois clubes”, conta Benito, xará e único filho homem do aniversariante do dia.

“Eu até brinco com ele. Lá em casa, de torcedores do Cruzeiro, somos só nós dois. Minhas (três) irmãs e os sobrinhos são atleticanos, pois minha mãe o conheceu quando estava no Atlético. Ele foi para o Galo por ser profissional. Aceitou o desafio. Meu avô (Ninão) não gostou muito da decisão naquela época, mas acabou aceitando depois”, acrescenta. Ele ainda lembra que o tio Fernando, já falecido, chegou a defender o América.

Benito aposentou-se em 1992 pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde trabalhou durante 28 anos após largar o futebol.Benito Fantoni mora hoje em Belo Horizonte, cidade onde defendeu e foi campeão com as camisas de Atlético e Cruzeiro

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