Filosofia do empate: disputa por pênaltis evidencia, de novo, a 'Fábiodependência'

Thiago Prata
Publicado em 06/06/2019 às 18:46.Atualizado em 05/09/2021 às 18:59.

Que jogo o da última quarta-feira no Mineirão! Reviravoltas, emoção até o último minuto, drama na disputa por pênaltis... Aos torcedores cruzeirenses, a celebração pela classificação às quartas de final da Copa do Brasil. Aos jogadores e ao técnico Mano Menezes, a comemoração também é válida, claro! No entanto, junto com ela, fica uma reflexão.

Após o primeiro tempo, vencido pelo Fluminense por 1 a 0, o meia Thiago Neves disse que a Raposa precisaria de “um gol só”. Em outras palavras, o Cruzeiro se contentaria com um empate e jogaria a ‘sorte’ na disputa de pênaltis, mesmo atuando em casa – o que não necessariamente garantiria aos mineiros a classificação. Curiosamente, o duelo terminou em igualdade, só que em 2 a 2, não alterando o quadro previsto pelo camisa 10.

Após o confronto, Mano afirmou que o “empate teve sabor de vitória”. Isso porque ele está ciente que o Fluminense foi superior ao Cruzeiro – em posse de bola, finalizações (total) e passes certos, em cada embate –, e, na batalha das penalidades, sua equipe venceu, fazendo valer a figura imponente do goleiro Fábio, que, desde 2006, não perde uma disputa por pênaltis, vestindo a camisa azul e branca.

Nas ocasiões, após 2006, em que o time foi derrotado – como na Sul-Americana e na Primeira Liga, de 2017 – o arqueiro era Rafael (confira abaixo o histórico de Fábio nas disputas por pênaltis).

Obviamente ter um goleiro como Fábio dá uma segurança e uma tranquilidade a mais ao time em momentos decisivos como o de quarta. Mas a mentalidade celeste de que um empate é similar a uma vitória precisa ser revista para a sequência da temporada.

Primeiro, porque nem sempre a equipe conseguirá levar a decisão de uma vaga para as penalidades – vide a eliminação na Libertadores do ano passado, para o Boca Juniors, após uma derrota e um empate.

Segundo, porque o futebol não tem uma regra que diz que “sempre que houver disputa de pênaltis, Fábio levará a melhor”, embora o retrospecto recente seja extremamente favorável ao goleiro, injustiçado na Seleção Brasileira.

Nas duas últimas Copas do Brasil, o destino conspirou para o goleiro brilhar. Mas no Campeonato Brasileiro, empatar não é sinônimo de triunfo. Sem ganhar há quatro rodadas na Série A, o time recebe o Corinthians, no Mineirão, neste sábado. Já passou da hora de voltar a vencer.

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