Fim de uma era: 2019 encerra período de sucesso dos arquirrivais mineiros

Alexandre Simões e Thiago Prata
07/10/2019 às 19:27.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:06
 (Bruno Haddad/Cruzeiro)

(Bruno Haddad/Cruzeiro)

Desde que a Era das Novas Arenas começou, em 2012, com a reabertura do Independência – o Mineirão voltou a receber jogos em 2013, após a reforma visando às Copas das Confederações e do Mundo –, Cruzeiro e Atlético deixaram seus torcedores mal-acostumados. Só que 2019 vai na contramão de feitos históricos: é a primeira vez neste período que não teremos nenhum dos dois clubes como campeão ou vice de uma grande competição nacional ou internacional.

A eliminação da Raposa nas semi da Copa do Brasil, para o Inter e do Galo na mesma fase da Sul-Americana, para o Colón, findou a saga que teve os arquirrivais entre os protagonistas do país. Os motivos que tiraram os mineiros da rota das principais disputas são vários. No entanto, variam de time para time.

O Atlético viveu recentemente sua “Era de Ouro”, mais conhecida como a “Era Galo Doido”, que compreende o período entre 2012 e 2016. Nesses cinco anos consecutivos, o clube conquistou ou beliscou títulos em âmbito nacional e internacional – faturou a Libertadores de 2013, a Recopa e a Copa do Brasil de 2014, e ainda foi vice nos Brasileiros de 2012 e 2015 e na Copa do Brasil de 2016.

Porém, os erros de planejamento e nas contratações de 2017 para frente, sobretudo na atual gestão, culminaram em altos e baixos da equipe, que não comemora uma grande conquista desde 2014. Neste ano, da Sul-Americana era tida como uma salvação, coisa que não aconteceu.

Já os celestes, bicampeões brasileiros em 2013 e 2014 e bi da Copa do Brasil de 2017 e 2018, integravam um seleto grupo de clubes favoritos às principais taças da temporada, ao lado de Flamengo, Palmeiras e Grêmio. Só que uma crise descomunal fora das quatro linhas atingiu o time.

Várias denúncias contra a diretoria celeste, salários e direitos de imagem atrasados e o enfraquecimento do elenco são alguns pontos que influenciaram para os insucessos no ano. E o fantasma da Série B ainda ronda a Toca II.

Temporada do fracasso

Faltam apenas dois meses para o término da temporada, mas já é certeza que 2019 é marcado pelos fracassos dos arquirrivais Atlético e Cruzeiro. E isso mesmo que o alvinegro obtenha o “milagre” de se classificar para a Libertadores do ano que vem, e os celestes se livrem do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

A Raposa viveu um início de ano de ilusões e hoje convive com uma dura realidade: a possibilidade da degola na maior competição nacional.

O título mineiro e a boa campanha na fase de grupos da Libertadores deram indícios de que a Raposa abocanharia algum título de expressão neste ano. No entanto, a crise política, financeira e moral, instaurada nos bastidores do clube, atingiu a equipe, que vive um suplício.

As eliminações para o River Plate nas oitavas de final da Libertadores e o Internacional nas semifinais da Copa do Brasil poderiam ser consideradas “normais”, por se tratarem de dois adversários de peso. Mas se for analisar todo um contexto, incluindo trocas de treinadores, um elenco de qualidade colocada em xeque e problemas extracampo, nota-se que as desclassificações não foram tão bem digeridas assim pela torcida celeste, em pânico pelo momento do Cruzeiro no Brasileirão. A equipe ocupa a 18ª colocação e não vence na competição há seis rodadas.

Já o Galo, que perdeu o Estadual para o maior rival e fez uma campanha vexatória na fase de grupos da Libertadores – conquistou somente seis dos 18 pontos em disputa – parecia ter encontrado o caminho do sucesso no decorrer de 2019. Mas as eliminações na Copa do Brasil e na Sul-Americana se tornaram um banho de água fria, assim como a queda de rendimento no Brasileiro (hoje, é 11º).

 

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