Fogos da saudade: há 10 anos, 'Velho Mineirão' recebia o último jogo antes da modernização

Alexandre Simões e Henrique André
@ohenriqueandre
05/06/2020 às 17:25.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:42
 (Marcelo Prates/Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Hoje em Dia)

Chegar ao Mineirão, parar o carro no estacionamento descoberto, subir o barranco e dar de cara com as barraquinhas de cerveja, refrigerante, água, churrasquinho e outros tipos de bebidas e alimentos. Ah! Sem esquecer do delicioso bolinho de feijão; tudo isso, comercializado por figuras bem conhecidas em dias de jogos.
Depois, enfrentar o empurra-empurra nas bilheterias e catracas do Magalhães Pinto, até, finalmente, adentrar ao Gigante de concreto.

Há exatos 10 anos, o torcedor se despedia desta tradição, naquele que seria o último confronto realizado no principal palco do futebol mineiro antes da modernização, visando a Copa do Mundo de 2014. E nem mesmo a derrota do Atlético, por 1 a 0, para o Ceará, fez diminuir magia daquele adeus.

Antes de a bola rolar, o ex-atacante Marques, um dos xodós da Massa naquela época, foi homenageado no hall da fama do estádio, tendo os pés eternizados pelo artista plástico José Amâncio de Carvalho. O "calango", apelido que ganhou de alguns torcedores, fez 386 partidas pelo alvinegro e anotou 133 gols.

Dentro de campo, Vanderlei Luxemburgo, comandante do Atlético, enfrentava a equipe de Paulo César Gusmão. O treinador do Ceará, por muitos anos, foi auxiliar do "profexô". No placar final, inclusive, a cria acabou superando o criador. O duelo, válido pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, teve o único tento anotado por Washington, aos 10 minutos da etapa final.

Com aquele resultado, o Vozão subia para a vice-liderança da Série A. O Galo, por sua vez, se mantinha na zona de rebaixamento, com apenas cinco pontos anotados em 21 disputados; motivo suficiente para Luxa cuspir marimbondos durante a coletiva de imprensa.

Lopes, o Tigrão, também aproveitou para desabafar. Na saída de campo, o atleta do alvinegro cearense não poupou críticas à diretoria atleticana, que o demitiu no ano anterior. Para ele, naquele momento, a má fase dentro das quatro linhas era reflexo de uma má gestão fora delas.

Por fim, para encerrar a primeira fase histórica do Gigante da Pampulha, um show pirotécnico tomou conta do céu. O que era para ser uma festa completa, contando com uma vitória mineira, se tornou apenas o "até logo" para a nova arena que estava por vir. O 6 de junho, com certeza, jamais será esquecido.

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