Futebol feminino entre o amadorismo e a promessa de dias melhores

Da Redação*
esportes@hojeemdia.com.br
18/11/2016 às 22:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:43

O caminho para se tornar um profissional de futebol é longo: seletivas, treinos e busca de oportunidades em clubes. Mas e quando até essas chances são escassas? Esse foi durante muito tempo o panorama do futebol feminino. Nos próximos anos, porém, o quadro promete ser pelo menos um pouco diferente.

“Hoje está mais fácil. Muitas coisas mudaram e estão evoluindo. Na nossa época, não tinha nem projeto para isso acontecer”, avalia Kamila Chaves, 23, atacante do América. Praticante da modalidade desde os 15 anos, ela passou pelas categorias de base do extinto time do Atlético, no qual começou a caminhada na categoria adulta, em 2008.

Atualmente, ela é a artilheira e um dos destaques do único clube com um departamento profissional de futebol para as mulheres em Minas Gerais. Desde março, as jogadoras recebem salários e podem contar com campo para treinos, material esportivo e instalações médicas.

O resultado veio dentro de campo, com os títulos da Copa BH, em julho, e do Campeonato Mineiro, no último domingo (13). Por outro lado, as “Coelhinhas” ficaram sem contrato dois dias após a conquista.

“Os clubes ‘de camisa’ podem usar a ideia, como fez o América, e dar mais oportunidades para as meninas, apostar mais no futebol feminino e ter esperança de que a modalidade continue crescendo no Brasil”, diz Kamila, confiante na renovação do vínculo.

Mineiro

O Campeonato Estadual começou em 2006, sob a responsabilidade do departamento de competições do setor de futebol profissional da Federação Mineira. Ainda assim, na prática, o torneio é essencialmente amador, devido à falta de patrocinadores e de recursos dos times para viagens e custos com a realização das partidas.

Mesmo no América, muitas atletas precisam exercer outras atividades para se manterem, já que os salários são baixos. A própria Kamila, por exemplo, completou apenas neste ano a primeira temporada como profissional desde 2008.

Horizonte

Apesar de o futuro parecer incerto, existem iniciativas para que o futebol feminino seja mais incentivado no país. Recentemente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que o Campeonato Brasileiro adulto terá vagas reservadas aos clubes da Primeira Divisão do futebol masculino.

A Confederação Sul-americana (Conmebol), por sua vez, determinou que, para participarem da Copa Libertadores a partir de 2018, os clubes masculinos deverão ter departamentos de futebol feminino, inclusive com de categorias base.

Seleção

Responsável pelo novo ciclo olímpico, a nova treinadora da Seleção Feminina, Emily Lima, vai estrear no comando do Brasil no Torneio Internacional de Manaus, entre os dias 7 e 18 de dezembro.

Das 23 jogadoras convocadas, 12 atuam no futebol brasileiro. Isso porque não se trata de uma competição oficial da Fifa, e por isso os clubes estrangeiros não têm a obrigação de liberar suas jogadoras, como no caso de Marta e Cristiane, principais nomes da equipe.

*Colaborou Leonardo Parrela

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