Gigantes em crise: escândalos colocam Brasil e Argentina lado a lado no maior clássico da Terra

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
07/11/2016 às 21:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:33
 (Divulgação/AFA e Divulgação/CBF)

(Divulgação/AFA e Divulgação/CBF)

Os 60 mil torcedores presentes no Mineirão nesta quinta-feira se preocuparão apenas em admirar de perto o luxo futebolístico que as seleções de Brasil e Argentina são capazes de apresentar. Debaixo do tapete verde do Gigante da Pampulha, porém, estará escondida a “lama” de duas entidades cujos escudos estamparam os peitos de Neymar e Messi. Os dois craques chegam nesta terça-feira (8) a Belo Horizonte para se juntar aos respectivos companheiros, que já realizaram o primeiro treinamento em solo mineiro, na segunda-feira.

De um lado, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é liderada por um presidente envolvido no escândalo de corrupção revelado pela Justiça dos EUA em 2015. A investigação, conhecida como “FifaGate”, levou à prisão o antecessor de Marco Polo Del Nero, José Maria Marín, bem como os últimos três presidentes da Conmebol. Del Nero é o único que ainda se mantém no cargo, mas com restrições: não viaja para fora do Brasil, com receio de ter um agente do FBI batendo à porta do quarto de hotel cinco estrelas no qual estará hospedado.

Na Argentina, a morte do todo-poderoso Julio Grondona – uma “mistura” de Ricardo Teixeira com João Havelange no país –, era vista como um passo para a mudança. Não foi. A saída de “Don Julio” de cena, em 2014, abriu a “Caixa de Pandora” da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), entidade a qual o cartola comandou por 35 anos.

O clímax aconteceu em dezembro passado, com a convocação de nova eleição presidencial. Os candidatos Luis Segura (sucessor de Grondona) e Marcelo Tinelli (vice-presidente do San Lorenzo e famoso apresentador de TV) ganharam 38 votos cada – um empate impossível, pois 75 dirigentes foram às urnas no pleito que foi considerado um verdadeiro “papelón” pela imprensa local.Reprodução / N/A

Julio Grondona deixou a AFA só depois de morrer

A Justiça argentina resolveu agir, investigando a fraude e outras irregularidades. E infringindo o estatuto da Fifa, que proíbe intervenção estatal em suas confederações afiliadas.

Atualmente, a AFA está subsidiada pela Fifa, por meio de uma Comissão Normalizadora, comandada por Armando Pérez, presidente do Belgrano. Ainda sem definição de quando serão convocadas as novas eleições (o prazo limite é junho de 2017), a associação argentina segue dona da melhor seleção do mundo segundo o ranking da Fifa, com 1.621 pontos, mas em estado de calamidade administrativa.

A solução é jogar uma bomba na AFA e começar do zero”, disse o presidente do River Plate, Rodolfo D´Onofrio, em setembro.

Enquanto isso, a CBF seguirá nas mãos de Marco Polo Del Nero e sua cúpula até 2019. Ao contrário dos “hermanos”, o poder na confederação brasileira se mantém através das federações, que detêm a força do voto. Com apenas um opositor declarado (Federação de Santa Catarina), o cartola tende a manter o passaporte intacto pelos próximos três anos.

 Dirigentes hermanos tentam criar Liga Nacional independente

Enquanto os clubes brasileiros abaixam a cabeça para os mandos e desmandos da CBF no futebol nacional, agremiações da Argentina apresentam um contraponto com revoluções recentes. Na última sexta-feira, 27 clubes da Primeira Divisão hermana assinaram a ata de fundação da Superliga. Um torneio nacional independente que trará mudanças na forma de disputa e também na distribuição da verba dos direitos de transmissão de TV.

Até janeiro do ano que vem, os clubes de elite da Argentina continuarão respondendo ao programa estatal “Fútbol para Todos”, implantado pelo governo Cristina Kirchner em 2009. A presidência do país vizinho foi para as mãos de Mauricio Macri, ex-mandatário do Boca Juniors, mudança que terminou com a mão do Estado no futebol, pelo menos no quesito dos direitos de transmissão.

Com um modelo baseado em melhor distribuição da receita, a Superliga tende a diminuir o número de participantes para 22. Hoje, o Campeonato Argentino é disputado por 30 equipes, que se enfrentam entre si em 29 rodadas, sendo que clássicos como Boca Juniors x River Plate, Independiente x Racing, San Lorenzo x Huracán e Newell’s Old Boys x Rosário Central são disputados duas vezes, totalizando 30 datas.

Sobre a nova distribuição da verba da TV, a Superliga propõe um modelo mais igualitário, ao contrário do atual, que favorece de forma desproporcional a Boca e River, os dois maiores clubes do país.

No projeto independente, 50% do total da verba destinada aos clubes da primeira divisão serão distribuídos igualmente. Há outras taxas que se relacionam com o número de sócios e ranking das equipes.

Apesar da boa intenção em um primeiro plano, a Superliga ganha oposição dos clubes da Segunda Divisão, uma vez que eles receberiam apenas 12% do montante da fatia vinda da TV.

Os grandes a chamam de Superliga. Nós a chamamos de Superquebra”, disse Daniel Ferreiro, presidente do Nueva Chicago.

No Brasil, a ideia de se formatar um campeonato organizado pelos clubes surgiu com altos e baixos. A Primeira Liga teve caráter amistoso em 2016, após acordos com a confederação brasileira. Para 2017, ela segue sendo uma incógnita, com ameaça de racha dos clubes paranaenses e catarinenses. Divulgação

UNIÃO - D'Onofrio, presidente do River; e Verón, presidente do Estudiantes, estão a frente da Superliga

“SEM TRANSPARÊNCIA E SEM PROJETO”
Jamil Chade
Correspondente de “O Estado de S.Paulo” na Europa desde 2000 e autor do livro “Propina, Política e Futebol” (2015)

“Se, dentro de campo, Brasil x Argentina ainda é um dos maiores clássicos do planeta, a partida também é, no restante do mundo, a imagem de uma administração ultrapassada e corrupta. As duas federações estão no centro das investigações nos Estados Unidos e, para a nova direção da Fifa, representam o passado que todos querem evitar.

A ganância de poucos dirigentes que sequestraram o futebol no Cone Sul impede que, hoje, os dois países possam competir em termos financeiros com o mercado mundial. Dados recentes mostram que até os clubes norte-americanos já investem mais que os nossos e que, sem um plano, ficaremos fadados a ser exportadores de 'pé de obra'.

Para o Brasil, vencer a Argentina dará a oportunidade para que a CBF declare que voltamos a ser respeitados. Para os argentinos, bater o Brasil na casa do rival será usado como uma prova de que o talento supera ao caos administrativos. Mas que ninguém se iluda: duas das maiores seleções da história contam hoje com administrações corruptas, fracassadas, sem transparência e sem projeto”.

“CLUBES ARGENTINOS GANHARAM FORÇA”
Leonardo Bertozzi
Comentarista dos canais ESPN desde 2009

Ao contrário da CBF, que conseguiu manobras para manter seu grupo político no poder, a AFA atualmente vive sob a direção de um comitê normalizador. O futebol argentino sofreu muito com o 'Grondonismo', e uma de suas últimas medidas foi inchar o campeonato nacional para uma aberração de 30 clubes participantes.

Como o futebol se tornou produto bancado pelo governo, esse inchaço interessava. Mas, após os escândalos, surgiu o vácuo de poder e, hoje, os clubes argentinos ganharam força na luta por seus interesses. Infelizmente, aqui no Brasil ainda vemos clubes fracos institucionalmente e passivos diante do poder de CBF e federações estaduais”.

"A CRISE NA AFA DEVE DURAR POR MUITO TEMPO"
Sergio Levinsky
jornalista e sociólgo argentino, autor do livro "AFA: o futebol passa, os negócios ficam" (2016)Reprodução/Site Oficial / N/A

Sergio Levinsky: "Eu vejo a CBF e a AFA muito parecidas, pelo menos, nos últimos 60 anos". 

Como o senhor vê o momento atual que vive a AFA, como todos estes escândalos de corrupção e problemas administrativos?
O momento que vive a AFA é um dos piores, para não falar o pior, da sua história. Porque juntou-se tudo em uma mesma crise. Tudo começou com a morte de Julio Grondona em meados de 2014. Como não há um líder, um dirigente que seja respeitado por todos, tantos interesses setoriais (os clubes grandes, os clubes pequenos, os clubes do interior do país) culminaram em um escândalo de votação para o novo presidente, em dezembro de 2015, com um empate de 38 votos entre 75 votantes. Isso causou uma intervenção que é estranha, porque ainda que ela provém da Fifa, há uma parte maior que é controlada pelo próprio Governo de Macri, que é algo taxativamente proibido pela Fifa. Por outro lado, a Fifa não se meteu, fez vista grossa e deixou (o Governo) atuar. O resultado é péssimo porque passam os meses, não há um acordo e, de pouco a pouco, estão voltando todos os fatores de poder que haviam perdido posições depois do FifaGate. Isso tem consequências em todas as ordens e uma das afetadas é a Seleção Nacional, que não tem uma organização e vem mudando permanentemente, com a saída de Gerardo Martino após a Copa América Centenário nos Estados Unidos, e a chegada de Edgardo Bauza, sem que a Comissão Normalizadora da Fifa (a intervenção) viesse a público para explicar porque da escolha de Bauza e de não outro. E também teve consequências nas seleções de base. Não se trabalhou por mais de um ano e, agora, faltando dois meses para o Sul-Americano sub-20, recém-nomearam um treinador que não estava incluso da lista dos 44 treinadores que apresentaram suas credenciais para uma eleição. Tudo é tratado assim, sem sentido, e afetando todos os setores. Por isso, não parece haver saída real para a situação e a crise deve seguir por muito tempo.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não pode viajar por medo do FBI. Na AFA, não há nem mesmo um presidente. Como os dois países que produzem os melhores jogadores não conseguem se organizar fora das quatro linhas?
Eu vejo a CBF e a AFA muito parecidas, pelo menos, nos últimos 60 anos. Cada uma com sua estrutura, seis problemas, mas no fundo são os mesmos buracos estruturais: uma diretoria que não está à altura da demanda, que não se formou  intelectuamente, que não se capacitou num mundo dinâmico e o futebol está cada vez mais poderoso no mundo, foi se convertendo em um fator de poder, que envolve milhões de dólares. Neste negócio, os dirigentes vão muito por atrás das empresas e intermediários. Em países como Argentina e Brasil, há verdadeiros craques, a população respira futebol e a corrução está ao alcance da mão. Nestes negócios globais, Brasil entrou um pouco mais tarde que a Argentina, no que diz respeito a exportar jogadores, mas esta exportação determinou um futebol totalmente dependente do fator econômico. Nossos países produzem futebolistas para vender en Euros ou Dólares para a Europa e outras ligas. Basicamente a cultura do futebol europeu é que estabelece que tipo de jogadore irão usar, em que posições do campo, com que sistemas táticos. Então, há que produzir o que estes países querem e não o que manda a nossa tradição. Ou seja, hoje se joga como se pode, e não como se deseja. A grande festa se perdeu. E os dirigentes não estão capacitados para mudar este panorama.

No ano passado, a eleição da AFA teve um empate e foi anulada. Há uma data para novas eleições? Como é esta situação? Qual é a expectativa de mudança com a eleição de um novo presidente?
Depois do escândalo de 3 de dezembro de 2015, com o empate de 38-38, naquela mesma semana Mauricio Macri assumiu a presidência do país e tudo mudou. Macri não quis nenhum dos candidatos da Fifa naquele dezembro de 2015. Luis Segura, que por sua vez era o sucessor de Grondona de forma interina, não pode lidar com a crise que explodiu nas mãos. E Marcelo Tinell, um showman da TV e vice-presidente do San Lorenzo, se aliou aos clubes poderosos para criar a chamada "Superliga", com 20 equipes na Primeira Divisão (Primera A) e 20 na Segunda Divisão (Nacional B), sendo que na atualidade existem 30 times na A e 23 equipes na B. A Superliga foi uma ideia dos clubes grandes e mediados da Primeira Divisão. Isso porque no atual sistema de votos da AFA, os clubes pequenos tem mais votos juntos que os grandes (porque cada equipe tem direito há um voto, com mesmo peso). Então, os grandes se deram conta de que perderiam a eleição. Mas Tinelli perdeu o apoio de Macri porque no dia que encerrou a corrida eleitoral à presidência da Argentina, Tinelli recebeu no seu programa de TV o rival de Macri, Daniel Scioli. Ou seja, nem Tinelli e nem Segura se encontram em situações cômodas, não há aciordo e a Fifa interveio na AFA com a ideia de reformar o estatuto, ordenar a economia e chamar eleições antes de 30 de junho de 2017. Mas, ainda não há uma data certa. As pessoas não acreditam em ninguém. Agora, outra vez apareceu Tinelli como candidato (o apresentador havia anunciado a desistência e  voltou atrás recentemente), ainda que se supõe que haverá outros 3 ou 4 candidatos. Os clubes grandes insistem com a Superliga, mas não contarão com o apoio dos clubes de Terceira, Quarta ou Quinta divisão.

 A AFA foi presidida durante 35 anos pelo mesmo homem. Qual é o legado que Julio Gondona deixou ao futebol argentino?
O legado é bastante lamentável. Grondona não solucionou os grandes problemas que existiam antes de ele chegar ao porder, como: clubes grandes contra os pequenos, divisão do dinheiro, aumento do negócio, a TV, as grandes dívidas dos clubes com o Estado e com o setor privado. Ao invés disso, estabeleceu um sistema de favorecimento político: adiantar dinheiro sem data de devolução para ter os clubes atrelados a ele, quase que num sistema escravista, como aquilo que ocorreu desde 1991 quando começou a se associar com Torneos y Competencias (emissora de TV, antiga dona dos direitos de transmissão de 1991 a 2009), que secou o futebol de dinheiro para levá-lo a sua empresa e ao seu sócio, o Grupo Clarín. Torneos y Competencias e o Clarín tinham 50%, cada um, dos direitos de transmissão do futebol argentino. Eis que Grondona achava que era pouco o dinheiro da TyC, houve um enfrentamento do Governo de Cristina Kirchner com o Clarín, então Grondona rompeu o contrato con TyC e se associou ao Estado, porque lá havia mais dinheiro. Grondona deixou um torneio impossível, com 30 equipes, dos quais pelo menos 10 não conseguem se sustentar na Primeira A, deixou mais de 300 mortos por violência relacionada ao futebol, um futebol no qual os torcedores visitantes não podem apoiar suas equipes, clubes muito endividados, árbitros que são visados e rejeitados por muitos clubes. Realmente, uma enormidade de problemas. E quando morreu, tudo que estava congelado durante 35 anos voltou, como as disputas setoriais, agora sem o "grande chefe", voltaram aos anos 1970.

O Governo de Cristina Kirchner fez uma intervenção no futebol com o "Fútbol para Todos". Este programa continua com a chegada de Macri? Qual é a relação entre o governo atual e a situação caótica na AFA?
O programa "Fútbol Para Todos" só continuará até o último dia de 2016. Macri anunciou que em 31 de dezembro terminará este programa e, desde este momento, haverá pagamentos para se ver o futebol, um valor fixo para ver várias partidas dos clubes grandes. Ainda, porém, não se anunciou qual é a cifra exata (falam de 170  a 300 pesos mensais, algo como 13 a 20 dólares), sem contar com a assinatura mensal da TV fechada. Macri havia prometido que não iria acabar com o "Fútbol para Todos" na sua campanha. Mas, já em julho, os próprios clubes se manifestaram contra o "FPT", pois estavam contrários à quantidade pequena do dinheiro que o Estado lhes pagava, já que seria uma quantia menor que eles poderiam recadar se a transmissão dos jogos fosse negociada com uma empresa privada. O Estado paga, anualmente, 130 milhões de dólares e eles consideravam que o futebol poderia valer 200 milhões de dólares. Mas foram passando os meses e nenhuma empresa privada pode pagar esta cifra, porque um torneio com 30 equipes impossibilita tal investimento, pois são 15 jogos por rodada, o que exige mobilizar toda uma equipe de jornalismo, com câmeras, tecnologia de transmissão, etc...Por outro lado, Macri já nos anos 1990, cuando era empresario, realizou várias tentativas de privatizar o futebol, transformando os clubes em sociedads anônimas. Agora, estando no poder, quer que exista esta possibilidade novamente, e que a AFA se abra a isso. Por causa disso é que ele foi afogando a AFA, dando a ela cada vez menos dinheiro do combinado, abrindo uma cadeia de riscos para os clubes. Isso porque, se os clubes estão mal, começam a transmitir a ideia de que a solução seria a mudança para o formato de sociedades anônimas. O governo está muito próximo da AFA porque Macri é absolutamente "futebolero", segue tendo um grande poder no Boca Juniors, onde foi presidente entre 1995 e 2007, cargo atualmente ocupado por Daniel Angelici, homem dos jogos de azar, vicepresidente da Associação dos Advogados, com atuação no Poder Judicial e nos Serviços Secretos (o presidente do Serviços Secretos, AFI- Agencia Federal de Inteligencia, Gustavo Arribas, é um amigo de Macri, que era representante de jogadores e especialmente participou de muitos direitos econômicos de jogadores de Boca). 

Para a Copa América Centenário, Lionel Messi fez uma queixa pública contra a desorganização da AFA. Até que ponto a crise da entidade influencia no desempenho dos jogadores da equipe nacional?
Bastante, porque, por exemplo, várias mudanças de treinadores na Seleção confudem os jogadores, que sentem que não há um sistema fixo e que a tática de jogo muda a cada troca de técnicos. Por exemplo, Kun Aguero era ponta-esquerda com Sabella, virou centroavantge com Martino e deve jogar como um segundo atacante com Bauza. Sempre se muda tudo. A Seleção Argentina teve 5 treinadores entre 1974 e 2004 (Menotti, Bilardo, Basile, Passarella e Bielsa). É dizer: 5 treinadores em 30 anos. Agora, já foram sete nomes no comando entre 2004 e 2016 (Pekerman, Basile, Maradona, Batista, Sabella, Martino e Bauza). Para somar-se a isso, quase não havia dirigentes na Copa América Centenário de 2016, por causa dos problemas da AFA, poucos tem capacidade de fazer alguma coisa e os jogadores comparam esta situação com a que convivem nos seus clubes da Europa e se dão conta da diferença. Agora mesmo, Bauza foi eleito pela Comissão Normalizadora. Mas...O que acontecerá se um dirigente ganha as eleições da AFA e resolve tomar a decisão de que Bauza não deverá continuar. Seria começar outra vez...

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