Goleada histórica de 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, completa um ano na quarta

Gláucio Castro - Hoje em Dia
06/07/2015 às 07:55.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:46
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Cada vez que as redes do goleiro Julio Cesar balançavam naquele fim de tarde do dia 8 de julho de 2014, o semblante do policial federal Rubem Kerber, 59 anos, mudava consideravelmente. Era um sofrimento em dose dupla. “Eu sou brasileiro, poxa”, diz orgulhoso. Mas durante os 7 a 1, a inquietação de Kerber ia muito além da tristeza pelo vexame histórico em casa.

Com 36 anos de experiência, toda a segurança de Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Thomas Müller, Klose e companhia estavam sob sua responsabilidade durante a disputa da Copa do Mundo, inclusive naquela fatídica data. “Eu só pensava como seria para os jogadores e a comissão técnica deixarem o Mineirão em segurança depois da goleada contra o Brasil aqui dentro”, confessa.

A inquietação era tanta que ele nem teve tempo de se importar com o placar. Já passava das 21h quando Kerber pôde, enfim, relaxar. “Para a nossa surpresa e, principalmente para a dos jogadores, quando o ônibus deixou o Mineirão e durante todo o trajeto até o aeroporto de Confins, centenas de torcedores brasileiros estavam pelo caminho aplaudindo o time. Eles ficaram impressionados”, relembra o policial, que acabou se tornando íntimo dos alemães durante os 41 dias de convivência em solo brasileiro.

A essa altura, o despachante Pedro Rochael, 21 anos, já estava na Savassi, região que virou ponto de encontro dos torcedores antes e depois dos jogos, conversando com os amigos na tentativa de encontrar razões para a goleada. Como alguns deles não tinham ido ao Gigante da Pampulha, o jovem, que presenciou vários jogos do Mundial, foi bombardeado por perguntas.

Dos cinco últimos gols, Pedro pôde explicar com clareza. Já sobre os dois primeiros ele teve que recorrer à internet no telefone para ver os lances. “Eu demorei um pouquinho para conseguir entrar no estádio e quando vi já estava 2 a 0. Não entendi nada. O jogo mal tinha começado. Logo em seguida veio outro e outro e outro. Muitos brasileiros começaram a brigar do meu lado porque uns começavam a vaiar o time enquanto outros queriam apoiar”, diz.

Festa discreta

Bem longe de Belo Horizonte, a mais de 10 mil quilômetros de distância do palco dos 7 a 1, estava a estudante Paula Alves, 21 anos que fazia intercâmbio em Braunschweig, no Norte da Alemanha. Ela era uma “infiltrada” na festa bávara. “Eles têm uma maneira bem diferente de torcer. Alguns ficavam até sem graça e ficavam preocupados com o nosso sofrimento. Mas lá tinha muito turco. Eles que não deram sossego. No dia seguinte, praticamente ninguém mais falava nisso”, relata.

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