Grêmio tenta comprar arena para encerrar crise

Estadão Conteúdo
18/05/2015 às 09:15.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:05

Inaugurada em dezembro de 2012 como símbolo primeiro da modernidade nos estádios de futebol do país, a Arena Grêmio enfrenta a sua primeira crise financeira. O problema está ligado ao envolvimento da Construtora OAS no escândalo da Operação "Lava Jato", que secou os recursos da empresa e teve como consequência o atraso no pagamento de parcelas do empréstimo contraído para erguer a arena. Para tentar resolver o impasse, o Grêmio está agilizando o processo para passar a ter o controle do estádio.

Para construir a arena, a OAS tomou empréstimos em três bancos: Banrisul, Santander e Banco do Brasil. Atualmente, a dívida é estimada em R$ 280 milhões (cerca de R$ 70 milhões já foram quitados), mas os pagamentos das prestações não são feitos há três meses. Com isso, existe a ameaça dos bancos credores de pedirem o bloqueio da conta da Arena Porto-Alegrense, administradora do estádio (a OAS Arenas cuida a operação), o que impediria seu funcionamento.

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Junior, não acredita na hipótese de fechamento do estádio. "Não temos nenhum receio e não admitimos de jeito nenhum não jogar na arena. Os problemas da OAS são conhecidos, notórios. O que o Grêmio espera é concluir rapidamente o processo de aquisição do equipamento", disse à reportagem.

Há dois anos o clube estuda uma forma de viabilizar a compra da arena - a negociação é comandada pelo ex-presidente Fábio Koff, que está hospitalizado. O objetivo é que o Grêmio tome para si todo o processo de administração e operação. "Temos uma estratégia. Já definimos preços e condições. Só precisamos que os bancos deem o consentimento para que essa situação aconteça. As garantias nós já temos."

Os bancos precisam avalizar a compra porque na prática o clube assumiria a dívida que a OAS tem com eles. "Como um pouco de boa vontade isso será resolvido rapidamente". Bolzan não quis revelar valores, mas a oferta do Grêmio à construtora gira em torno de R$ 396 milhões, mais o terreno do Estádio Olímpico. A dívida seria paga em 20 anos.
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