Há cinco anos, Mattos deixava o Cruzeiro por 'divergências financeiras'; hoje é visto como solução

Thiago Prata
23/12/2019 às 14:30.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:07
 (Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia)

O casamento entre Cruzeiro e Alexandre Mattos pode ser reatado. Pelo menos é o que anseia a diretoria da Raposa, como deixou claro Pedro Lourenço (Supermercados BH), responsável pelo departamento de futebol celeste no chamado processo de “reconstrução” do clube. Isso pode acontecer cerca de cinco anos depois de uma saída conturbada do então diretor de futebol da Raposa, envolvendo fatores financeiros, que, agora, surgem como grande empecilho para a agremiação na montagem do plantel 2020.

Nome fundamental na montagem do elenco bicampeão brasileiro de 2013 e 2014, Mattos chegou ao Cruzeiro em março de 2012, no lugar de Dimas Fonseca. Com passagem pelo América – deixou o Coelho em dezembro de 2011 –, o diretor chegou à Toca em um período de reestruturação. O dirigente teve papel crucial para os celestes não passarem aperto durante o Brasileirão de 2012 – a equipe ficou em nono lugar.

Nos dois anos seguintes, porém, começou a colher os frutos de um bom trabalho nos bastidores. Marcado pelo investimento em nomes do calibre de Dagoberto, Everton Ribeiro, Dedé, Willian, Júlio Baptista e Ricardo Goulart, entre outros, Mattos se tornou o “nome forte” do clube. Mas, invertendo a ordem do ditado, depois da bonança, veio a tempestade.

Uma rusga foi criada entre ele e o então presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, impedindo a continuidade do trabalho em 2015. Mattos queria que o Cruzeiro continuasse a investir pesado para montar um elenco forte, enquanto o mandatário dizia que era hora de enxugar as contas do clube, segundo notícias de bastidores.

Mattos debandou. O novo destino foi o Palmeiras, onde angariou títulos como os da Copa do Brasil de 2015 e do Brasileiro de 2016 e 2018.Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia

Alexandre Mattos foi nome crucial para o bicampeonato brasileiro

O irônico dessa história é que o Cruzeiro, já sem Alexandre Mattos, aumentou sua dívida, em vez de diminuí-la, como pleiteava Gilvan. Em 2014, quando o diretor deixou a Toca II, a dívida da Raposa era de R$ 252,9 milhões. Em 2017, último ano da Era Gilvan, ela já estava em R$ 371,8 milhões.

Com Wagner Pires de Sá na cadeira de presidente, tendo Itair Machado como seu vice de futebol, passou para R$ 445 milhões em 2018. E, segundo o ex-gestor de futebol do clube, Zezé Perrella, neste ano, giraria em torno de R$ 700 milhões.

Caso Alexandre Mattos volte à Toca, encontrará um clube “quebrado”, como enfatizou Pedro Lourenço, e, assim como em 2012, seria o nome para recolocar, paulatinamente, o Cruzeiro nos trilhos.

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