Handebol reaproxima amigos depois de 27 anos

Guyanne Araújo - Hoje em Di
25/07/2015 às 09:46.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:04
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

Assim que entrou na quadra de handebol da Escola Estadual Sagrada Família II, Alexandre Jordão deu de cara com Jaburu, Goiaba e Toninho. E, como se pudesse voltar no tempo, se sentiu novamente com 17 anos. Passaram-se 27 anos desde que o Gordo, como era conhecido, jogou sua última partida de handebol. Naquela época, ele precisou interromper a paixão pelo esporte para ajudar a cuidar dos negócios da família, pois o pai havia falecido.    Neste ano, o comerciante decidiu voltar à ativa. Nas quadras, atuando pelo Dusotros, não só reencontrou amigos e rivais da época de escola como também voltou a competir, agora na categoria master. “Sinto-me realizado. Pareço menino de novo”, diz.   Os apelidos são os mesmos da época de adolescentes e Jordão confessa que nem se lembra dos nomes logo de primeira. Ao revelar seu apelido, porém, ele se defende. “Eu era gordinho. Hoje não tenho nada de gordo”, brinca.   O interesse do comerciante pelo handebol começou quando entrou no colégio Sagrada Família, em 1982. Por lá, jogou até 87. Depois, cumpriu uma verdadeira via sacra. Já no colégio Estadual Central atuou pelo América, quando então foi convidado pelo colégio Roma, que estava montando um time. Depois se transferiu para o Ginástico. “Com 15 anos, entrei no time adulto, onde permaneci por dois anos, até quando meu pai faleceu”, conta.    Sem o handebol, Jordão perdeu a bolsa de estudos. E o trabalho, na oficina mecânica que mantém até hoje, se transformou na nova atividade. Enquanto isso, a mãe ficava por conta da lanchonete, deixada pelo pai.   “Fiquei muito triste ao parar. Mas o grupo é muito unido e mesmo depois desse período todo me receberam muito bem”, conta Jordão, que com a prática esportiva passou a cuidar melhor da saúde e a dormir melhor. “Você trabalha demais, fica preso e descuida. Mas hoje tudo está melhor.”   O comerciante revela ter passado por um período difícil após abandonar o handebol. “Era ‘viciado’ no esporte e parar de jogar da noite para o dia me deixou muito triste”, relata.    Dusotros no Facebook   Antes de retornar ao handebol, Jordão passou a acompanhar a página no Facebook do Dusotros. “Fiz isso, no início deste ano, para ver como era. Acabei encontrando várias pessoas que jogaram na minha época e voltei”, conta o comerciante, que participa de competições inclusive fora de Belo Horizonte. “Temos a fama de ser um time difícil”, conta.    O Dusotros se reúne na quadra da escola Sagrada Família, no bairro de mesmo nome. “Quem coordena é o Jaburu (Alexandre). Mas temos também o Frederico Pimentel, que ajuda muito”, destaca Jordão, ao se lembrar do primeiro técnico, o Ataíde, que os visita sempre que pode. “Ele é um pai que tivemos no handebol.” 

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