Ídolos de atleticanos e cruzeirenses, Reinaldo e Tostão são grandes personagens do clássico no Mineirão, que completa 55 anos neste sábado (5) e tem os dois como seus principais artilheiros. E seus clubes viveram tempos de hegemonia no duelo com eles em campo. E os números de ambos contra o maior rival, que são muito parecidos, provam isso.Fotos Arquivo Hoje em DiaReinaldo e Tostão fizeram história no clássico no Mineirão, garantindo a hegemonia dos seus respectivos clubes no período em que defenderam Atlético e Cruzeiro

O camisa 8 cruzeirense, que começou a viver os duelos contra o Atlético no Independência, venceu 46% dos clássicos disputados no Gigante da Pampulha e conquistou média de gols de 0,36. Em 22 partidas contra o Galo, foram dez vitórias, oito empates e apenas quatro derrotas. Tostão marcou oito gols.

Reinaldo tem mais que o dobro de clássicos no Mineirão, pois suas 47 partidas contra o Cruzeiro foram no estádio. O Atlético venceu 47% delas e sua média de gols é 0,31. Foram 22 vitórias, 12 empates e 13 derrotas.

O centroavante atleticano é o maior artilheiro do confronto no Gigante da Pampulha, com 15 gols, mas este número provoca polêmica. Algumas fontes mostram o Rei com 16 gols, mas um deles foi lançado na súmula, por José Roberto Wright, como relatam jornais da época, como contra do zagueiro cruzeirense Darci Menezes.

Em 27 de março de 1977, o Galo encarou a Raposa pelo primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro de 1976, que invadiu a temporada seguinte. E o primeiro gol do jogo é o da polêmica. As fichas históricas do Mineirão, inclusive, feitas em cima dos jornais publicados no dia seguinte às partidas disputadas no estádio, registram o primeiro gol alvinegro como Darci Menezes, contra.A ficha do antigo arquivo da Ademg do primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro de 1976, mas disputado em 27 de março de 1977, registra o primeiro gol do Atlético marcado contra, pelo zagueiro cruzeirense Darci Menezes

O primeiro gol de Reinaldo sobre o Cruzeiro foi em 3 de março de 1974, quando ele tinha 17 anos e balançou a rede de Hélio duas vezes numa vitória alvinegra por 3 a 1, num amistoso. Depois de 20 dias, ele voltou a marcar, mas em clássico pelo Brasileirão daquele ano.

Isso compensou a frustração de ter perdido os dois primeiros clássicos, em março de 1973, pela Taça Minas Gerais, naquelas que foram suas partidas de número quatro e cinco com a camisa alvinegra no Gigante da Pampulha.

O último gol provocou uma das maiores polêmicas da história do Campeonato Mineiro. Em 1984, o Cruzeiro já tinha vencido o turno e decidia o returno contra o Atlético. Se a Raposa ganhasse a etapa seria campeã direta. O Galo precisava do título para forçar uma decisão contra o maior rival.

No primeiro jogo da decisão do segundo turno, os cruzeirenses golearam por 4 a 0, em 5 de dezembro de 1984. Quatro dias depois, os dois times entraram em campo com interpretações diferentes do regulamento feito pela FMF, que registrava ter a vantagem de jogar por dois resultados iguais o clube de melhor campanha, no caso do Atlético.

Eram 99.174 pagantes no Mineirão, maior esmagadora de cruzeirenses, que amargavam um grande jejum, pois o Galo foi hexe de 1978 a 1983. A minoria atleticana viu Reinaldo balançar a rede do maior rival pela última vez e decretar a vitória alvinegra por 1 a 0.

Para o Cruzeiro, que afirmava ser necessário considerar o saldo de gols, mesma posição da FMF, ele era campeão mineiro. Para o Atlético, ele tinha vencido o segundo turno e seria necessária uma decisão entre os dois clubes. A história foi parar nos tribunais e a Raposa só teve a taça confirmada em 1990.

Início arrasador

O primeiro clássico entre Cruzeiro e Atlético foi decidido com um gol de Tostão. Em 24 de outubro de 1965, 50 dias após a inauguração do estádio, os dois clubes se enfrentaram pelo Campeonato Mineiro, numa partida que foi 1 a 0 para a Raposa, mas poderia ter sido mais e com outro gol do seu camisa 8.

Aos 34 minutos do segundo tempo, o árbitro Juan de la Passión marcou um pênalti a favor do Cruzeiro. Os jogadores do Atlético não aceitaram a decisão e foram nove os expulsos, num episódio que teve até confronto com policiais militares.

Tostão passou invicto seus 12 primeiros clássicos contra o Galo no Gigante da Pampulha. Foram oito vitórias e quatro empates. Ele só foi perder uma partida para o rival em 27 de outubro de 1968, mais de três anos após a inauguração do estádio, quando Vaguinho decretou o 1 a 0 para os alvinegros em partida válida pela Taça de Prata (Campeonato Brasileiro).

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