Ídolo de Cruzeiro e Atlético e marca do futebol mineiro, Nelinho chega aos 70 anos neste domingo

Alexandre Simões
@oalexsimoes
24/07/2020 às 19:12.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:07

Dezenas de jogadores vestiram as camisas de Atlético e Cruzeiro em quase 100 anos. Apenas um deles conseguiu ser ídolo, na expressão da palavra, dos dois lados: Manoel Rezende de Mattos Cabral, o Nelinho.

Uma das grandes marcas da história do futebol mineiro, o maior lateral-direito das histórias de Cruzeiro e Atlético chega aos 70 anos neste domingo.
Carioca de nascimento, um cigano da bola até desembarcar na Toca da Raposa em 1973, Nelinho chegou para ficar.Arquivo/Hoje em DiaNa sua despedida, Nelinho promoveu um jogo entre um combinado com jogadores de Atlético e Cruzeiro contra uma equipe formada por atletas de outras equipes mineiras

Foram 14 temporadas no futebol mineiro, com uma curta passagem pelo Grêmio, emprestado pelo Cruzeiro, em 1980.

Cruzeiro

Nelinho chegou ao Cruzeiro após defender o Remo, do Pará, no Campeonato Brasileiro de 1972. Logo ele se tornou titular da equipe, vencendo uma disputa com Pedro Paulo, que integrou o grande time montado pela Raposa na segunda metade dos anos 1960.

O início de Nelinho no Cruzeiro foi avassalador. Ele ganhou três edições do Campeonato Mineiro seguidas (1973, 1974 e 1975), foi vice-campeão brasileiro em 1974 e 1975 e viveu seu grande momento no clube em 1976, sendo um dos destaques do time campeão da Copa Libertadores.

Em 1977, ganhou seu último título, o Campeonato Mineiro. A partir daí, seguiu sendo uma das referências do Cruzeiro, mas a crise tomou conta do clube. Mesmo assim, ele permaneceu até a metade de 1982, quando deixou a Toca por problemas de relacionamento com o técnico Yustrich.

Foram 410 jogos e 105 gols marcados, o que faz dele o defensor que mais balançou as redes adversárias com a camisa cruzeirense.Arquivo/Hoje em Dia

O último título conquistado por Nelinho pelo Cruzeiro foi o Campeonato Mineiro de 1977, numa final emocionante contra o Atlético em que ele foi destaque com várias assistências

Outra marca dele na Raposa é o fato de ser, ao lado de Tostão (1966 e 1970), o único jogador a disputar duas Copas do Mundo como atleta do Cruzeiro, pois ele esteve presente em 1974, na Alemanha, e 1978, na Argentina.

No total, Nelinho marcou seis gols pela Seleção Brasileira em 21 partidas oficiais.

O mais marcante deles foi sem dúvida na disputa do terceiro lugar em 1978. No Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, em 24 de junho, o Brasil perdia de 1 a 0 para a Itália quando Nelinho, aos 18 minutos do segundo tempo, acertou um chute em curva que venceu a lenda Zoff. Depois, a Seleção chegou à virada.

Atlético

Preterido pelo Cruzeiro, Nelinho encontrou refúgio justamente no maior rival, o Atlético. Na verdade, a diretoria cruzeirense acreditava que Nelinho não era mais o mesmo. Ele mostrou que os dirigentes estavam equivocados.

O Atlético pagou Cr$ 20 milhões na época, interrompendo um grande período sem negociações entre os dois clubes.

Sua estreia pelo Galo foi justamente contra o Cruzeiro, em 2 de maio de 1982, num clássico pelo Torneio dos Campeões, competição quase amistosa. Foram 60 mil pessoas no Mineirão.

Com seu chute potente, lançamentos precisos e liderança, Nelinho rapidamente se transformou em ídolo da torcida atleticana.

No Galo também ele foi tetracampeão mineiro, vencendo as edições de 1982, 1983, 1985 e 1986.

Além disso, chegou com o clube às semifinais do Brasileirão em 1983, 1985 e 1986. Em 1987, já eleito deputado estadual, encerrou a carreira. Em 274 partidas, marcou 52 gols.Arquivo/Hoje em Dia

Nelinho integrou grandes esquadrões no período em que defendeu o Atlético, vencendo quatro das cinco edições de Campeonato Mineiro que disputou pelo clube

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