Incentivo, cânticos, vaias, brigas: o dia mais triste da história da torcida do Cruzeiro

Thiago Prata
08/12/2019 às 19:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:58
 (Thiago Prata)

(Thiago Prata)

A intenção de Adilson Batista era das melhores. O comandante tinha um sonho: "a torcida vai fazer o gol". Sim, ele ansiava que a China Azul empurrase o Cruzeiro rumo a uma vitória épica no Mineirão, na derradeira rodada do Brasileiro. A energia emanada das arquibancadas se transformaria em oxigênio para o pulmão dos celestes. Pleiteava algo sobrenatural. O problema, Adilson, é que os torcedores fizeram a parte deles. Empurraram, colocaram os jogadores da Raposa na cara gol. Se pudesse, ela literalmente empurraria a bola para as redes. Só que quem deveria assumir essa responsabilidade eram seus comandados. É deles parte da conta que a torcida vai pagar na Série B. Não só dos atletas, mas, sobretudo, de uma diretoria alvo de várias denúncias, manchando uma história de mais de 98 anos na Primeira Divisão.

Cada torcedor que foi a campo ainda confiava num "milagre". Cada um carregava sua fé, fazia suas orações, ou simplesmente apostava suas últimas fichas em Adilson e sua trupe. Houve incentivo, cânticos de amor ao clube, hino do Cruzeiro, vaias ao Palmeiras. Tudo que a torcida pudesse fazer, ela fez. Só que a bola não entrou. A falta de pontaria de Pedro Rocha, o escorregão de Marquinhos Gabriel, a ineficiência na 'hora H' de Ezequiel... Nada deu certo.Thiago Prata

A única vez que a torcida comemorou foi no gol do Botafogo sobre o Ceará aos 38 minutos, marcado por um ex-cruzeirense, Marcos Vinícius. Uma explosão de alegria. A equipe, porém, continuou fora de sintonia. A China Azul estava ensandecida; o time, não.

Lamentavelmente, após o empate do Ceará, no Engenhão, e o primeiro tento do Palmeiras, no segundo tempo, a explosão teve outra conotação: bombas no setor da Máfia Azul. Confusão, brigas, violência, uma barbárie envolvendo torcedores, revisitando outros tantos capítulos negativos desta ingrata saga do rebaixamento.

A chama de esperança se apagou. Mas o Cruzeiro, não. Mesmo na Série B. O clube conta com sua torcida no ano que vem. Só que a torcida também precisa do time. O centenário é em 2021. Ate lá, muita coisa precisa ser feita.

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