Iphan dá parecer contra demolições no entorno do Maracanã

Denise Luna - Folhapress
19/07/2013 às 17:11.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:12

RIO DE JANEIRO - O Iphan nacional suspendeu por 30 dias a decisão do Iphan do Rio de Janeiro sobre a demolição dos equipamentos esportivos e da escola que ficam no entorno do Maracanã. Alegando que o Parque Aquático Júlio Delamare, o Estádio de Atletismo Célio de Barros, e a Escola Municipal Friedenreich atrapalham a visualização do novo Maracanã, o governo do Estado do Rio de Janeiro determinou a demolição dos prédios para a construção de uma torre para estacionamento de automóveis no local.

De acordo com o defensor público federal, Dr. André Odarcgy, que recorreu ao Iphan Nacional contra o parecer alinhado com o governo do Estado do Iphan no Rio de Janeiro, apesar de provisória, a decisão do Iphan Nacional é uma vitória na luta iniciada desde o ano passado contra a retirada dos prédios. "O Iphan nacional garantiu que mesmo que a resposta seja negativa, ou seja, que permita a demolição, nada poderá ser construído no lugar", informou Odarcgy.

O argumento é que se vão retirar os equipamentos e a escola para não atrapalhar a visualização, a construção de uma torre para estacionamento é injustificável. "E aí perde todo o sentido também demolir o que já existe para não colocar nada no lugar", avaliou.

Além de querer demolir prédios "que guardam a história do esporte brasileiro", segundo Odarcgy, o governo do Rio quer reconstruir os equipamentos em uma área menor do que ocupam hoje. Além disso, a demolição custaria milhões ao Estado, que em 2007 reformou por R$ 10 milhões o parque aquático visando os Jogos Pan-Americanos.

Ele também vai encaminhar documento para o Comitê Olímpico Internacional, com objetivo de internacionalizar a discussão, na expectativa que pelo menos o COI responda com a sua posição.

"Há um mês encaminhamos para o ministro dos Esportes (Aldo Rebelo) e até agora ele não deu sua opinião, não se pronunciou nem nada. Esperamos que o COI se pronuncie", explicou.

Odarcgy afirmou que enquanto a Olimpíada de Londres, em 2012, ofereceu 600 instalações para os atletas que iriam participar do evento treinarem a no máximo 25 quilômetros da capital, o Brasil está oferecendo 176 instalações em todo o país.

"E ainda vai se dar ao luxo de ficar sem dois equipamentos importantes (Parque Aquático Júlio Delamare, o Estádio de Atletismo Célio de Barros) porque a Odebrecht, que assumiu o Maracanã, já disse que a construção desses equipamentos do outro lado da linha férrea [em frente ao Maracanã] só ficará pronta em 2015", informou.

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