Itair Machado rebate acusação e diz que o contrato da Futgestão com o Cruzeiro é legal

Guilherme Piu
@guilhermepiu
10/07/2020 às 18:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:59
 (Guilherme Piu)

(Guilherme Piu)

Guilherme Piu 

O ex vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, se pronunciou após algumas horas sobre o processo que o clube move contra ele e tenta bloqueio de R$ 6,8 milhões nas contas da empresa Futgestão - de propriedade de Itair e da esposa - e do presidente Wagner Pires de Sá.

No entendimento de Itair Machado não houve irregulidade nos serviços prestados pela sua empresa ao Cruzeiro. "Diante dessa notícia, que implica na contratação irregular de serviços prestados na Gestão do Futebol não procede", garante.

Machado disse em sua nota oficial à imprensa que outros cargos de vice-presidente foram criados na gestão Wagner Pires de Sá por meio de portaria interna, como vice-presidências Executivo Financeira, Comercial e MKT, Jurídica, e de futebol. 

"O Estatuto do Clube não proíbe remunerar pelos serviços prestados, declarados e com os impostos já recolhidos, não se trata de Vices Presidentes eleitos em assembleia. Causa estranheza, o fato de não terem ingressado com os mesmos pedidos em desfavor dos demais Vices Presidentes Executivos, que foram remunerados e nomeados no mesmo período pelo qual e descrito nessa ação temerária e pessoal. No mais continuo a disposição para quaisquer esclarecimentos", finaliza a nota enviada pelo ex-dirigente sem assinatura. Reprodução

O processo

Em ação que corre na 35ª Vara Cível de Belo Horizonte a atual diretoria celeste tenta bloquear R$ 6.861.243,06 das contas de Itair Machado, ex vice-presidente de futebol, e de Wagner Pires de Sá, ex-presidente da agremiação.

De acordo com a petição do Cruzeiro, os R$ 6,8 milhões pagos pelo clube ao ex-dirigente por meio da Futgestão Assessoria esportiva Ltda, que tem como sócios Itair Machado e a esposa do ex-dirigente, pagaram salários do ex VP de futebol. E o advogado celeste aponta que tal operação não é permitida pelo Estatuto cruzeirense. 

Na petição o Cruzeiro diz que o contrato entre o clube e a empresa de Itair Machado foi assinado no dia 2 de janeiro de 2018, horas após a posse oficial de Wagner Pires de Sá, e o documento "resguardaria" prestação de serviços por parte de Itair à Raposa, como administração do futebol profissional e categorias de base, e consultoria desportiva. O que o clube, como reiterado, diz que foi feito para mascarar pagamentos de salários. 

O acordo previa, segundo a ação movida pelo Cruzeiro, remuneração mensal de R$ 180 mil com vencimento em todo quinto dia útil do mês, com direito ao pagamento de 13º salário em dezembro, o que faria o valor saltar para R$ 360 mil. 

A petição celeste aponta ainda que entre fevereiro e junho de 2018 a empresa Futgestão emitiu notas fiscais mensais com o valor bruto de R$180, e que o valor líquido para pagamento era de R$159.930,00.

O advogado do Cruzeiro cita no processo que em 30 de junho houve o primeiro aditivo contratual para que o valor de R$ 180 mil fosse líquido, com o clube emitindo notas fiscais a partir de então no valor superior a R$ 202 mil. 

O acordo da Futgestão com o Cruzeiro previa ainda que a empresa pudesse receber "em igualdade de condições "ao recebimento integral de todas as premiações estabelecidas pelo contratante aos atletas, referentes às conquistas de campeonatos, metas, torneios e jogos que forem eventualmente estabelecidos pelo contratante (Cruzeiro Esporte Clube)". 

No dia 1º de agosto de 2018 o Cruzeiro aponta mais um aditivo contratual, o segundo, que inseriu cláusula “Das Premiações” para dispor que, além da remuneração por prêmios estabelecidas em igualdade aos atletas, que houvesse pagamento por objetivos, performance. 

"(i) importância líquida de R$200.000,00, em caso de conquista do título de Campeão Mineiro do ano de 2019; (ii) importância líquida de R$600.000,00, em caso de conquista do título de Campeão da Copa do Brasil dos anos de 2018 ou 2019, por título conquistado; (iii) importância líquida de R$1.000.000,00, em caso de conquista do título de Campeão Brasileiro dos anos de 2018 ou 2019, por título conquistado; (iv) importância líquida de R$500.000,00, caso a equipe de futebol do contratante se classifique direta (competições) ou indiretamente (primeira fase libertadores), para a segunda fase de grupos da Copa Libertadores de 2019; (v) importância líquida de R$750.000,00 em caso de conquista do título de Campeão da Copa Libertadores da América de 2018 ou 2019; (vi) importância líquida de R$1.000.000,00 em caso de conquista do Título de Campeão Mundial Interclubes de 2018 ou 2019", diz a petição celeste. 

O vínculo entre Cruzeiro e Futgestão, de acordo com contrato, tinha validade até dezembro de 2019.
 

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