
O mundo está em alerta por causa do coronavírus, epidemia que surgiu na China e tem se espalhado de maneira rápida para outros países. Mais de 350 mortes já foram contabilizadas. Além disso, 20 nações reportaram casos da doença, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência internacional.
O medo tem mudado a rotina na China e, neste momento, há um temor em todos os eventos com aglomeração de pessoas. O impacto é observado no cenário esportivo, com jogos cancelados e a seleção feminina olímpica de futebol do país colocada em quarentena na Austrália.
A Associação Chinesa de Futebol anunciou, na semana passada, que todas as partidas a serem disputadas no país estão suspensas por tempo indeterminado.
Brasileiros na China
Atualmente, apenas no futebol masculino, 30 jogadores têm contrato com times da elite chinesa e 12 na Segunda Divisão.

Muitos familiares dos jogadores brasileiros já deixaram o país. Entre os emigrantes, a esposa e os filhos de Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro. Por meio do instagram. Diane Goulart destacou a tristeza de deixar a China e manifestou a vontade do jogador do Guangzou Evergrande também conseguir a liberação para voltar.
No mesmo time de Goulart joga o volante Paulinho, com passagens pela Seleção Brasileira. O jogador contou ao Diário Mundo Deportivo, da Espanha, que pensou em deixar a China por conta do surto.
“Pensei mesmo em deixar a China por causa do coronavírus, muito por conta da minha família também, mas nos asseguraram que podemos ficar tranquilos, estamos todos bem também”, disse o meio-campista, que ainda ponderou: ‘Recebemos a orientação de sair o mínimo possível de casa’.
O atacante Hulk, titular do Brasil nas Olimpíadas de 2012 e na Copa de 2014, atua no Shangai SIPG teve a rotina alterada. O atleta passou recentemente pela experiência de jogar com portões fechados.
“Infelizmente foi por uma causa muito delicada, que está acontecendo a questão do Corona Vírus aqui. A gente queria que não estivéssemos passando por isso, mas infelizmente aconteceu. Agora a gente fica aqui na torcida. Aproveito também para parabenizar todos os médicos, que estão fazendo um trabalho espetacular. A gente tem que valorizar essas pessoas”.
Companheiro de Hulk no Shangai, o meia Oscar se manifestou recentemente nas redes sociais e também parabenizou os médicos que “estão lutando contra o vírus que atingiu a China”.
A precaução pelo coronavirus fez o time de Renato Augusto mudar o planejamento neste começo de 2020. O Beijing Guoan fez pré-temporada na Espanha e seguirá direto para a Coréia do Sul, onde jogará no dia 12 de fevereiro pela Liga dos Campões da Ásia contra o Seoul.
Há vários outros jogadores brasileiros no futebol chinês, como o zagueiro Miranda, o volante Moisés, revelado pelo América, o meia Talisca e os atacantes Alex Teixeira e Róger Guedes, ex-Atlético. Não há ainda sinalização por parte dos atletas a vontade de sair da China, mas é difícil esconder o temor que tem se espalhado por causa do coronavírus.
Mercado chinês
Considerado um paraíso financeiro nos últimos anos, o futebol chinês não deve ter contratações de impacto até o dia 28 de fevereiro, quando fecha a janela de transferências para o país.
O zagueiro Dedé, do Cruzeiro, recebeu sondagens do Wuhan Zall. Mas a negociação não evoluiu porque a cidade de Wuhan é o epicentro do coronavirus e está isolada neste momento.
Além do surto, as mudanças no futebol chinês também têm afetado as grandes contratações no país. A partir de agora serão permitidos até quatro estrangeiros em campo, com cinco podendo ser relacionados e até seis atletas contratados pelo clube.