Um abalo que dizima o desejo de ser campeão. Os jogadores do Atlético Nacional de Medellín sofrem com a tragédia que matou mais de 70 pessoas na delegação que levava a Chapecoense para a final da Sul-Americana, justamente contra o time colombiano. Da dor, no entanto, surge uma atitude nobre. O Nacional gostaria de ceder o título continental para o rival.
O lateral-direito Gilberto García falou com a imprensa local sobre a tragédia e revelou que o elenco do Atlético Nacional entrou em um consenso para ceder o título da Sul-Americana para a equipe catarinense, sem a necessidade de se fazer as finais do torneio, marcadas para 30 de novembro e 7 de dezembro.
"Fizemos uma reflexão e tomamos isso como um aviso de Deus para que melhoremos na nossa vida pessoal, para nos amarmos como seres humanos. Estamos esperando a determinação que tomará a Conmebol, o pronunciamento dos dirigentes. Mas queremos, obviamente, que se declare campeão esta equipe (Chapecoense). É uma iniciativa do nosso time, acredito que seja do mundo do futebol e esperamos que a Conmebol toma esta decisão. Daremos todo o apoio aos familiares que vierem aqui", afirmou.
O atacante Ezequiel Rescaldani, também reserva da equipe de Reinaldo Rueda, mas que foi titular diante do Cerro Porteño no último jogo, declarou à imprensa argentina sobre o pacto dos jogadores do Atlético Nacional:
"Nos disseram agora que isso ficará nas mãos da Conmebol. Mas a ideia do Nacional é ceder o Campeonato à Chapecoense, o que me parecerá um grande gesto e estamos todos de acordo".
A Conmebol não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. Segundo informações do Uruguai, onde há um congresso da entidade, a decisão caminha para uma divisão do título entre Atlético Nacional e Chapecoense. Com isso, a equipe brasileira estaria classificada à Libertadores de 2017.