
Comprado por 20 milhões de euros (R$ 44,5 milhões) em agosto de 2010 pelo Rubin Kazan, o meia-atacante Carlos Eduardo deixou o clube russo de graça nesta semana. Assinou contrato com o Atlético, depois de duas passagens pelo clube doTartária. Aos 28 anos, retorna ao futebol brasileiro para apagar a má passagem pelo Flamengo, quando foi emprestado por 18 meses entre 2013 e 2014. O retorno à Rússia prometia, sob o comando de Rinat Bilyaletdinov. Mas uma troca de treinador no ano passado fez "Cadu" cair no esquecimento e, como tinha um dos salários mais caros do elenco, foi liberado.
A última partida de Carlos foi em dezembro de 2015, empate em 2 a 2 com o Bordeaux, pela Liga Europa. A principal missão no Atlético será aquele que ele batalhou durante a carreira toda no Rubin: entrar em forma e esquecer as lesões no joelho (tendinite). São quatro meses de inatividade profissional. Para a jornalista esportiva Júlia Yakovleva, repórter esportiva do jornal Soviet Sport, o novo reforço do Atlético pode se dar bem em um clube que tende a adotar características mais ofensivas que o Rubin. Entretanto, ele não carregará o cartaz de protagonista.
"Acredito que com o treinador certo e no clube que prefere atacar mais, o Carlos vai se encaixar bem. Mas não tenho certeza que ele será estrela da equipe. O presidente do Rubin até falou que esperou muito tempo para ver Carlos brilhar, mas não queria esperar mais. Além disso, Rubin tenta reduzir folha salarial, portanto irá vender mais jogadores neste verão", diz Júlia, ao Hoje em Dia.
Carlos Eduardo começou no Grêmio como um atacante rápido e habilidoso, aberto pela esquerda (é canhoto), sendo vice-campeão da Libertadores de 2007. Chegou a atuar pelos lados do campo no 4-2-3-1 do Rubin. Mas na segunda temporada após retornar do Flamengo, o jogador trocou a camisa número 87 pela mítica 10, desempenhando a função de armador central e grande parte dos jogos.
"Quando o treinador foi Rinat Bilyaletdinov (até setembro 2015) tudo foi bem. Ele integrou Carlos na equipe, que começou a jogar mais e, enfim, foi titular no final da temporada 2014/2015 e no início de 2015/16. Naquele Rubin Carlos não brilhou, mas foi jogador bastante importante, marcou alguns gols e fez assistências. Ele jogou em todos os jogos da Liga Europa".
Mudança e queda
Mas Bilyaletdinov caiu após perder por 2 a 1 para o Mordovia Saransk. O assistente Valery Chaliy assumiu e a lua de mel entre os dois durou só até o primeiro jogo com o russo-ucraniano como comandante. O Rubin enfrentou o Lokomotiv Moscou e venceu por 3 a 1. A melhor atuação de Cadu, que abriu o placar. O jeito "soviético" de Chaly acabou por acelerar a saída do atleta, após cinco anos de clube (entre idas e vindas).
"Acho que melhor jogo do Carlos nesta temporada foi com Lokomotiv. Rubin ganhou 3x1, Carlos marcou gol e foi um dos melhores jogadores da partida. Pareceu que enfim tudo dava certo depois das graves lesões. Mas o novo treinador Chaliy não quis apostar em Carlos. Desde setembro Carlos começou a jogar menos. E já no inverno o Rubin anunciou que gostaria de negociar o jogador com outros clubes", analisa Júlia Yakovleva, especialista também em futebol português e que mantém uma conta no Twitter com o endereço @JuliaRebelde.
A melhor atuação de Carlos Eduardo:
Rubin Kazan vs Lokomotiv M 3-1 Highlight and... por bmhaubnd