(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
A grave crise econômica, institucional e técnica que o Cruzeiro atravessa desde o ano passado, fez com que o clube promovesse uma grande reformulação no elenco que iria iniciar a temporada 2020.
Sob o comando de Adilson Batista, mantido como técnico após o rebaixamento à Série B, o elenco celeste se reapresentou no início de janeiro.
Sem saber com quais peças iria poder contar, já que muito jogadores ainda tinham situação indefinida na Raposa, e sem caixa para poder fazer grandes movimentações no mercado, o treinador celeste lançou mão da única opção que tinha no momento: as categorias de base.
Nesse cenário, para compor o sistema ofensivo do Cruzeiro para estreia do Campeonato Mineiro, Adilson escolheu os jovens Alexandre Jesus e Thiago, que tinham 18 anos na época.
Desconhecidos da maior parte da torcida celeste, a dupla teve a missão de comandar o ataque da Raposa na vitória por 2 a 0 sobre o Boa Esporte, no Mineirão, no dia 22 de janeiro.
Thiago, inclusive, marcou o primeiro gol da Raposa na temporada, dando seu cartão de visitas.
A parceria entre os atacante não pôde ser mantida para o segundo jogo, em razão de uma lesão sofrida pelo centroavante, minutos após ter estufado as redes do Boa.
Jesus foi mantido, atuou em cinco partidas, chegando a marcar um gol contra o São Raiumundo-RR, pela Copa do Brasil, mas retornou ao time sub-20 em maio, quando o Cruzeiro já era comandado pelo técnico Enderson Moreira.
Thiago se recuperou de lesão, voltou a ser acionado, marcou mais duas vezes no Mineiro, inclusive no clássico contra o Atlético, e se tornou reserva imediato de Marcelo Moreno.
"Medalhões"
Além de auxiliar na parte técnica do time, o uso da base também tem o intuito de tentar um retorno financeiro ao clube estrelado, em um momento em que a diretoria luta para atenuar a crise econômica pela qual a instituição atravessa.
Entretanto, a estratégia dos treinadores, comissões técnicas e membros da diretoria no decorrer do ano foi apostar em jogadores com mais experiência para o ataque.
Além de Moreno, a Raposa trouxe de volta Sassá e Marquinhos Gabriel, e contratou Arthur Caíke e William Pottker, que chegou à Raposa nesta semana.
Nesse cenário, além de Jesus, que busca se destacar no Brasileiro Sub-20 para ganhar uma nova chance no time principal, Thiago perdeu espaço.
Nem mesmo as má fases de Marcelo Moreno e Sassá foram suficiente para Ney Franco e Felipão dessem oportunidades ao centroavante.
Com 10 jogos em 2020, o jogador, que permanece integrado ao grupo principal do Cruzeiro, foi chamado para reforçar o sub-20 no último jogo disputado pela equipe no brasileiro da categoria.
A chegada de Pottker e a predileção de Luiz Felipe Scolari por jogadores mais experientes no setor ofensivo neste momento - o que o treinador fez questão de dizer em mais de uma oportunidade - tornam improváveis as chances de Thiago e Alexandre reeditarem na Série B a parceria da estreia do Cruzeiro na temporada.