SÓCHI (Rússia) – A tatuagem com os aros olímpicos e o ano de 2016 é a marca eterna de quem integrava o grupo que garantiu a tão sonhada medalha de ouro à Seleção Brasileira, há dois anos, no Rio de Janeiro. Mas o menino Jesus quer mais, e isso faz com que sonho e ansiedade caminhem juntos nesses dias que antecedem a sua estreia em Copas do Mundo, no próximo domingo (17), às 15h (de Brasília), contra a Suíça, em Rostov-on-Don, pela primeira rodada do Grupo E.
“Tranquilo não é. É difícil, a ansiedade bate um pouco, é normal. Em se tratando de Copa do Mundo, maior torneio que temos no futebol, é claro que bate um pouquinho de ansiedade. Mas vou procurar ficar tranquilo”, garantiu na última quainta-feira (14), em sua coletiva, Gabriel Jesus, que há quatro anos pintava as ruas do Jardim Peri, na periferia de São Paulo, por causa do Mundial do Brasil, e hoje é uma das estrelas do Manchester City, atual campeão inglês.
Mas a ansiedade de Gabriel Jesus é compreensível quando se recorre à história da Seleção e percebe-se que ele é o segundo centroavante titular mais jovem do Brasil numa Copa do Mundo, perdendo apenas para Leônidas da Silva, que tinha 20 anos, um a menos que ele, em 1934, na Itália, apenas na segunda edição do torneio que será disputada pela 21ª vez na Rússia.
Artilheiro da Era Tite, com dez gols, um a mais que Neymar, Gabriel Jesus, que logo na sua estreia pela Seleção Principal balançou a rede duas vezes, num 3 a 0 sobre o Equador, em Quito, em 1º de setembro de 2016, na estreia do treinador, chega ao Mundial vivendo tempos de contestação pelo ótimo momento do reserva Roberto Firmino, vice-campeão europeu com o Liverpool, da Inglaterra, e um dos destaques da última Champions.
A situação merece do camisa 9 do Brasil uma resposta de quem já mostra maturidade apesar da pouca idade: “Hoje a Seleção tem dois centroavantes titulares, assim como em todas as posições. Uma briga muito boa, sadia, que ajuda quem está jogando a evoluir. Ele fez excelente temporada, eu também. Se eu estiver jogando, ele vai torcer. Se ele estiver jogando, vou torcer também”.
Essa disputa, sem dúvida, é tudo o que um treinador gosta. Mas a cada dia fica mais claro que Tite aposta mesmo é no brilho do menino Jesus.