Judô, surfe e atletismo oferecem salários iguais para homens e mulheres

Estadão Conteúdo
28/07/2019 às 07:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:44
 (AFP PHOTO / Toshifumi KITAMURA)

(AFP PHOTO / Toshifumi KITAMURA)

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (antigo Ministério do Trabalho) mostram que as mulheres ganham menos do que os homens também nas outras modalidades esportivas, além do futebol. A diferença, porém, não é gigantesca. Considerando-se uma base de dez mil salários do Brasil, a média de remuneração é R$ 3.022,68 para os homens e de R$ 2.374,32 para as mulheres.

Apesar da diferença no contracheque, esportistas ouvidos pelo Estado afirmam que o desempenho e a meritocracia são considerados no final das contas. Isso explica o fato de Hortência e Paula, por exemplo, terem tido premiações e salários muito maiores do que a maioria dos atletas de sua geração. O mesmo ocorre no atletismo. Fabiana Murer, bicampeão mundial, tinha o maior salário da BMF, maior clube de atletismo do País extinto no ano passado.

Quem começa no atletismo ganha cerca de R$ 300 a R$ 900 dos clubes. Conquistar um título nacional significa elevar sua remuneração para R$ 2 mil. Já os atletas de nível internacional, entre os 30 melhores do mundo, têm remuneração de R$ 3 mil a 10 mil. Já aqueles entre os cinco melhores do mundo costumam receber de R$ 12 mil a R$ 25 mil. Esse ganho pode variar de acordo com premiações de patrocínios individuais.

A ginasta Natália Gaudio afirma que sua modalidade, a ginástica rítmica, sofre outro tipo de discriminação. "Pelo fato de ser um esporte unicamente feminino, a gente encontra dificuldade para ser valorizada e conseguir patrocínio e apoio. Por ser só de mulheres, fica um pouco para trás. Se fosse praticado por homens, como a ginástica artística, acredito que teria uma visibilidade melhor."

Atletas de outras modalidades afirmam que não existe diferença de salário. "No judô, as regras são iguais. Todo mundo tem a mesma pontuação, a mesma premiação e a mesma medalha. Não tem essa diferença. Na nossa modalidade, a gente não vê a discriminação que a gente vê no futebol e outros esportes", diz a campeã olímpica Rafaela Silva. "É importante essa reviravolta das mulheres. Foi assim a vida inteira, mas acho que agora está todo mundo brigando para ajudar o futuro e as próximas gerações", diz. 

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