O Brasil fez um bem danado a Miroslav Klose. Quando desembarcou no país para disputar sua quarta Copa do Mundo, o veterano atacante era considerado por muitos um “peso morto” na renovada e poderosa seleção da Alemanha. Por aqui, recuperou o prestígio, a posição de titular e se isolou como maior artilheiro do principal torneio do futebol. Além disso, pode conquistar o título e atingir uma nova marca pessoal na decisão, diante da Argentina, neste domingo (13), no Rio de Janeiro.   Ao pisar no gramado do Maracanã para disputar pela segunda vez uma final de Mundial, Klose igualará o italiano Paolo Maldini como o segundo atleta com mais números de partidas na competição da Fifa. Serão 23 jogos, dois a menos que o alemão Lothar Matthäus, recordista absoluto, com 25.   A grande final diante da Argentina vai representar o encerramento de uma das histórias mais marcantes da história das Copas. Pela última vez, este veterano atacante de 36 anos nascido na Polônia terá a chance de conquistar o título mais sonhado pelo país que o adotou ainda criança.   Recomeço   A trajetória no Brasil foi de recomeço para um dos mais importantes jogadores do combinado germânico. Considerado coadjuvante no começo, reconquistou a posição de titular e disputou quatro das seis partidas do país até agora na Copa. Na terça-feira passada, marcou o segundo gol da goleada por 7 a 1 sobre a Seleção, no Mineirão, ultrapassou a marca de Ronaldo e assumiu o posto de maior artilheiro de todos os tempos do Mundial, com 16 bolas na rede.   Mas de nada valerão as marcas para ele se o tetracampeonato alemão não for confirmado. “Claro que quebrar o recorde de gols foi muito emocional para mim, mas quem me conhece sabe que só estou concentrado na Argentina. É um sentimento horrível perder uma final, por isso agora é a nossa vez que ganhar”, garante o atacante, que estava presente na derrota para o Brasil, por 2 a 0, na Copa de 2002.   Nascido na cidade polonesa de Opole, Klose se mudou com os pais, aos 8 anos, para Alemanha, em busca de uma vida melhor, longe do comunismo. Encontrou no futebol uma resposta para o isolamento natural de quem não falava a língua do país em que vivia.   Passados 28 anos, Klose acumula 136 partidas e 71 gols pelo combinado germânico. Falta o título mundial para encerrar uma das mais fortes ligações entre um jogador e a camisa de uma seleção. De preferência com mais uma bola no fundo do barbante.

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