(Editoria de Arte)
Lesões musculares nas duas coxas, cirurgia delicada no joelho direito, tornozelo torcido, seis parafusos no dedo médio da mão direita, fratura na outra mão e uma luxação no ombro. Foram várias as tentativas de o destino comprometer a carreira do zagueiro Leonardo Silva. Entretanto, da mesma forma que acumula cicatrizes pelo corpo, o capitão alvinegro tem marcas bem mais significativas pelo Atlético.
Perto de completar 36 anos, Léo Silva reverteu o histórico de lesões traumáticas para colecionar momentos de salvador da pátria. Contra o Internacional, na partida de ida das oitavas de final da Libertadores, o zagueiro bateu seu recorde particular ao marcar o gol do empate aos 49 minutos do segundo tempo. As sete cicatrizes no corpo – entre cirurgias e fraturas – têm ficado cada vez mais em segundo plano.
O defensor já marcou 20 gols com a camisa do Galo. Faltam três para superar Réver, atualmente no Colorado, como o maior zagueiro-artilheiro da história atleticana. Além do mais, Léo Silva precisa só de mais quatro jogos para atingir a 200ª partida e ganhar uma placa da diretoria.
Teoria da relatividade
O cientista alemão Albert Einstein provou, em 1905, que o tempo é relativo. E Leonardo Silva não tem dúvidas disso. Fora de campo, faz o dia parecer ter mais de 24 horas, conciliando o os treinos, viagens e jogos com o curso de inglês, compromissos religiosos e o médico do filho Lucas.
Em campo, o final de uma partida pode durar uma eternidade para o camisa 3. Dos 20 gols pelo Galo, seis foram concretizados após os 40 minutos do segundo tempo. Três deles estão fixos na memória da torcida: o da vitória sobre o Fluminense, em 2012, o segundo da vitória em cima do Olímpia, que deu ao Atlético a chance de conquistar a Libertadores nos pênaltis, e o gol contra o Inter, num chute que misturou raiva e oportunismo.
“Mesmo com dois atacantes (Jô e Pratto) a bola sobrou para o zagueirão. Fechei o olho e chutei para o gol. A gente procura disputar todas as bolas e quando ela sobre, temos que conferir”, diz Leonardo Silva sobre o gol de empate.
O zagueiro tem consciência da sua importância como defensor e nas subidas certeiras ao ataque. “Marquei gols importantes para o Atlético. Não sou um aficionado por estatística, mas esses gols históricos ajudam a lembrar nossa importância para o clube. Sobre as lesões, apesar de ter sofrido algumas complicadas, não ficaram sequelas. Não sinto dor alguma.”
R$ 20 mil
Léo Silva conseguiu, no Atlético, se descolar da imagem de ex-jogador do Cruzeiro. E foi por conta de R$ 20 mil que a diretoria celeste não quis renovar com o defensor no final de 2010, abrindo o caminho para o então presidente Alexandre Kalil oferecer um contrato com um salário 30% superior aos vencimentos na Toca da Raposa II e fechar a negociação rapidamente.
O curioso é que, ao perceber a Raposa sem interesse no seu futebol, Léo Silva recusou proposta do Inter para ficar em BH