Levir Culpi usa argumento que barrou R10 e Tardelli pra analisar Cazares: 'Somos números'

Frederico Ribeiro
Hoje em Dia - Belo Horizonte
22/10/2018 às 13:17.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:21
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

A frieza das estatísticas pode esconder as gélidas participações que o meia-atacante Cazares acumula no Atlético. Ou seria o contrário? Em 2018, o camisa 10 do clube está perto de fechar a terceira temporada seguida no Galo, sem grandes conquistas e com bons números, atuações duvidosas e uma passagem marcada pela incerteza.

Agora com Levir Culpi no comando, Juan Cazares irá para o sétimo treinador em menos de três anos. Levir foi embora em 2015 justamente pouco antes do equatoriano chegar ao Galo. E o veterano comandante usou a mesma linha de pensamento quando barrou Diego Tardelli e Ronaldinho Gaúcho: 'nós somos números'.

"Ouvi isso de todos. Cazares tem qualidade técnica que poucos têm. Batedor de bola parada, ótimo passador. Tem presença técnica refinada. Mas precisamos traduzir isso para números. Como sempre falam: nós somos números. Quantos jogou? Quantos ganhou? Isso que nos mantém empregados. Então eu preciso saber um pouco mais sobre ele também. Tecnicamente a gente vê que ele sabe jogar. Mas é importante conhecer ele melhor, para tirar ideia melhor do que ele pode produzir", afirmou Levir, após a derrota para o Fluminense. 

O talento do principal armador do Atlético é visto nas 10 assistências distribuídas neste ano. É o principal garçom do clube em 2018, indo para o segundo título no quesito, uma vez que foram nada mais nada menos do que 17 passes para gol em 2017. Ao todo, são 17 participações diretas a gol nos 81 gols que o Galo marcou em 2018 (20.9%). Em 2016, foram 18 participações a gol (10 gols e 8 assistências) em 124 gols totais do clube (14,51%). Já no ano passado, Cazares distribuiu 17 passes decisivos para os companheiros, além de marcar nove vezes (26 participações diretas em 114 gols totais - 22,8%).

Jogador de poucas palavras, até os pensamentos de Cazares são guardados numa redoma de mistérios. Só conversa em coletivas de imprensa. O papel de protagonista parece fugir de seus pés. Uma frieza moldada também em uma adaptação ao futebol brasileiro que lhe apresentou sete técnicos diferentes em três anos.

“Pressão eu não sinto. No campo jogamos 11 contra 11 . E quem jogar melhor fará o gol e ganhará a partida. Para mim não tem essa pressão. É quem está mais concentrado que faz os gols e tira a vitória”, afirmou o armador, ao ser perguntado sobre quais os estádios do país que causam mais incômodo nos atletas devido à atmosfera das arquibancadas.

CICLO
Juan Cazares quase viu seu ciclo no Atlético interromper. Estava praticamente negociado com o mundo árabe na época da Copa. A transferência para o Al Hilal da Arábia Saudita. Um empréstimo que renderia quase R$ 6 milhões ao Galo. O negócio melou e o jogador perdeu os três primeiros jogos pós-Copa do Galo (Grêmio, Palmeiras e Paraná). 

Depois, virou reserva e vivenciou outro ciclo: se destacava no segundo tempo, entrando ao longo das partidas, para virar titular no outro jogo e ter a estrela sem brilhar outra vez.

No Brasileirão, Cazares soma 23 jogos em 30 possíveis, com quatro gols marcados e cinco assistências. Ele chegou a ficar por sete jogos em jejum de participações diretas a gol na competição. Mas teve boa apresentação diante do Sport, com um combo inédito no ano: gol e assistência.

Perdeu o duelo contra a Chapecoense por problema de fadiga muscular e praticamente não incomodou o América no clássico de domingo retrasado. Diante do Fluminense, foi ativo no lance que originou o pênalti em Chará, fez jogada individual perigosa pouco depois. Mas nada que alterasse o placar para o Galo, outra vez, pela terceira vez seguida no Brasileiro.

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